
O projecto de criação de flores híbridas de origem madeirense, promovido pelo biólogo Pedro Spínola desde 2019, chega ao fim com mais duas espécies, cujos nomes científicos homenageiam mais dois concelhos da Madeira, o 'Dendrobium Machiqueiro' (flor alaranjada na foto) e Rlc. Laurissilva do Porto Moniz (flor verde na foto), que ficam registadas na Royal Horticultural Society.
De acordo com o promotor desta iniciativa botânica, o projecto "chega agora ao fim com a criação e registo oficial junto da Royal Horticultural Society dos dois últimos híbridos que homenageiam, precisamente, os municípios de Machico e do Porto Moniz", confirma.

"Nada mais me traz alento e alguma esperança pela floricultura madeirense do que o empoderamento das pessoas", confessa. "Dar um sentimento de orgulho, um amor 'vaidoso' a uma planta com o nome do seu concelho é uma forma de chamar a atenção, de trazer para a ribalta um tema que é extremamente importante e que é da génese do que é ser madeirense: o amor às plantas e o seu cultivo".
Assim, frisa Pedro Spínola, "falar de floricultura não é só falar de empresas, de exportações e números, mas antes falar dos milhares, sem 'peso' e sem 'nome' que preservam, acarinharam e continuam a cultivar os nossos jardins e que nunca tiveram este património tão ameaçado quanto agora, quer pelas novas tendências para jardins, pelo envelhecimento populacional e mesmo pelo pouco investimento nesta área que deveria ser muito maior", acrescenta.
E ainda confirma que "o objetivo de tudo isto, que é feito a título e custo pessoal, é chamar a atenção das pessoas, e das autoridades, para algo que já foi dos principais motivos pelo qual nos visitavam os turistas e ainda, razão da alegria de muitas pessoas que encontram paz e sossego nos seus jardins e plantas".
Mas reconhece que "falta fazer muito, imenso mesmo pelo 'jardim madeirense' e talvez este possa ser o ponto de partida para mais investimento nele e nas suas gentes", augura.