
Kiev e Moscovo concordaram libertar todos os seus prisioneiros de guerra jovens ou feridos e devolver os restos mortais dos combatentes mortos, único resultado concreto dessas negociações na Turquia.
"Prosseguimos as trocas [de prisioneiros], uma nova etapa foi cumprida", declarou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, especificando que soldados do Exército, da Guarda Nacional e da Guarda Fronteiriça foram libertados.
"A maioria deles estava em cativeiro desde 2022", acrescentou Zelensky nas redes sociais.
Por seu lado, o Ministério da Defesa russo afirmou num comunicado que "um grupo de militares russos" tinha sido devolvido em troca de soldados ucranianos.
Nem Moscovo, nem Kiev precisaram, contudo, quantos militares foram hoje libertados, como aconteceu em anteriores trocas de prisioneiros, nas últimas três semanas.
O regresso à Casa Branca (presidência norte-americana) de Donald Trump no início do ano desencadeou a retomada das negociações de paz entre ucranianos e russos, que estavam paralisadas desde a primavera de 2022.
Mas as duas rondas de negociações até agora realizadas em Istambul, com mediação turca, não resultaram em avanços significativos.
A Rússia, que há mais de três anos lançou uma ofensiva maciça na Ucrânia, rejeitou qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões, além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).
Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.
A Rússia, por seu lado, considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se graças aos abastecimentos militares ocidentais.
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