O ministro israelita da Diáspora e da Luta contra o Antissemitismo considerou este domingo que a pontuação do televoto espanhol recolhida pela canção de Israel no Festival da Eurovisão foi uma "bofetada" na cara do primeiro-ministro de Espanha.

Na rede social X, Amichai Chikli, numa mensagem dirigida a Pedro Sánchez, face aos 12 votos (o máximo) recolhidos pela canção israelita no televoto espanhol, escreveu: "Sánchez, parece que os espanhóis falaram e a bofetada na cara foi ouvida aqui em Jerusalém".

Chikli publicou a sua mensagem depois de o representante israelita, Yuval Raphael, ter ficado em segundo lugar ao obter 357 pontos - 232 dos quais do televoto -, num Festival da Canção que prolongou a polémica de 2024 quanto à participação de Israel em plena ofensiva na Faixa de Gaza, que já fez 53 mil mortos.

A Áustria venceu o concurso, que este ano teve lugar em Basileia, na Suíça.

Chikli já criticara Sánchez em março, durante uma convenção contra o antissemitismo organizada pelo seu departamento em Jerusalém, na qual participaram vários membros de partidos europeus de extrema-direita, incluindo o Vox, de Espanha.

"Sánchez é um antissemita"

Na altura, afirmou que Sánchez é "um antissemita" por ter encorajado a comunidade internacional a reconhecer o Estado da Palestina "logo após o massacre de 7 de outubro" de 2023, perpetrado pelo Hamas em território israelita".

"Não quero ter nenhuma ligação com Sánchez, não respeito Sánchez", acrescentou.

As vaias voltaram à Eurovisão no sábado, na final da 69.ª edição, durante a atuação do representante israelita, embora não tão ruidosamente como em 2024.

No ano passado, a representante de Israel, Eden Golan, foi vaiada por causa dos milhares de palestinianos mortos pela ofensiva militar israelita em Gaza, um número que agora ascende a 53.000, com muitas crianças vítimas.


Com LUSA