"A Infraestruturas de Portugal [IP] submeteu duas candidaturas à 'call' [chamada] do Programa Connecting Europe Facility for Transport [Mecanismo Interligar a Europa] 2 (CEF 2), que terminou no dia 21 de janeiro", confirmou hoje fonte oficial da IP à Lusa, após a notícia ter sido inicialmente avançada pelo jornal Eco.
Nas candidaturas, em causa está o "desenvolvimento das obras da 1.ª fase do projeto da LAV [linha de alta velocidade] Porto-Lisboa, tendo sido solicitado um montante de 955 milhões de euros de financiamento comunitário".
A IP também se candidatou a fundos para o "desenvolvimentos dos estudos da LAV Lisboa-Madrid incluindo Terceira Travessia do Tejo, tendo sido solicitado um montante de 4,6 milhões de euros de financiamento comunitário".
"As duas candidaturas foram submetidas no âmbito do "envelope coesão", sendo analisadas em regime concorrencial com os 15 Estados-Membros elegíveis para o Fundo de Coesão", refere a empresa.
Em julho, foi anunciado que o projeto para a Alta Velocidade entre Porto e Lisboa irá receber fundos europeus de 813 milhões de euros para a primeira fase, que compreende dois lotes entre Porto e Soure.
Em janeiro de 2024, Portugal tinha-se candidatado a 875 milhões de euros de fundos europeus para a primeira fase da linha de alta velocidade ferroviária Porto-Lisboa.
À data, além dos 729 milhões de euros destinados exclusivamente a Portugal, a IP decidiu candidatar-se em paralelo a mais 146 milhões de euros em regime concorrencial com os 15 Estados-Membros elegíveis para o Fundo de Coesão.
Dos 813 milhões obtidos no CEF, 84 já o foram obtidos em competição com outros projetos europeus, ficando 62 milhões por arrecadar.
A linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverá ligar as duas principais cidades do país numa hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria. O percurso Porto-Vigo está estimado em 50 minutos.
A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.
Em outubro, o Governo adjudicou ao consórcio Lusolav, liderado pela Mota-Engil, a concessão da linha ferroviária de Alta Velocidade entre Porto e Oiã (lote 1 da primeira fase).
O consórcio Lusolav II, que integra a Mota-Engil, foi também o único com uma proposta válida para a concessão da linha ferroviária de Alta Velocidade entre Oiã e Soure (segundo lote da primeira fase), da ligação Porto -- Lisboa.
A IP pretende ainda lançar a terceira parceria público-privada (PPP) da linha de alta velocidade Lisboa - Porto, entre Soure e Carregado, em janeiro de 2026.
Já quanto à ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, estão previstas estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).
No total, segundo o anterior Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.
Este valor não contabiliza a ligação Lisboa - Madrid e a terceira travessia sobre o Tejo, já impulsionadas pelo atual Governo.
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