
O ministro da Economia e da Coesão Social revela que os pedidos de apoios das vítimas dos incêndios podem ser até cinco vezes mais do que em 2024 e adianta que as candidaturas vão abrir na próxima semana. Manuel Castro Almeida refere ainda que o Governo não exclui situação de calamidade, mas pede ponderação.
Após uma reunião com 27 autarcas do Centro e Norte do país, que diz ter sido "muito útil", o ministro disse que há vantagens e desvantagens na declaração de situação de calamidade. É uma possibilidade que o Governo não exclui, adianta o responsável pela pasta da Economia, mas tem de ser bem ponderada, acrescenta.
"É um assunto que não é pacífico e que tem de ser ponderado. A situação de calamidade tem vantagens, mas também muitas desvantagens. Há municípios que podiam ter benefícios, mas há outros que não", afirma em declarações aos jornalistas no final da reunião.
Manuel Castro Almeida reconhece ainda que houve falhas no sistema de proteção civil.
Candidaturas para apoios abrem na próxima semana
Sem querer contabilizar em concreto, enquanto as avaliações nos terrenos ainda estão a ser feitas, o ministro apontou para a possibilidade de os prejuízos serem superiores a 30 milhões de euros.
Aos jornalistas, revela que os pedidos de apoios das vítimas dos incêndios podem ser até cinco vezes mais do que no ano passado. E adianta que que as candidaturas vão abrir na próxima semana.
Os lesados devem apresentar os formulários na respetiva Câmara Municipal, que os encaminhada para a CCDR para que sejam avaliados e pagos em 10 dias "ou menos", garantido que o Governo vai ser "muito rápido".
E avança com um número: diz contar com cerca de 5 mil candidaturas de pequenos agricultores só na região Norte.
Além dos autarcas dos concelhos afetados pelos incêndios, a reunião em Sernancelhe contou com dois ministros - Manuel Castro Almeida e José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura, - e secretários de Estado.
O encontro teve como objetivo "ouvir os autarcas e conhecer os prejuízos" provocados pelos fogos. Os apoios deverão ser aprovados esta quinta-feira à tarde, num Conselho de Ministros Extraordinário em Viseu.
Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país.