Ryan Routh, o homem acusado de tentar assassinar o Presidente dos EUA, Donald Trump, num campo de golfe na Flórida, quando este era candidato, ofereceu-se para ser refém do grupo islamita palestiniano Hamas.

Numa carta datilografada de duas páginas que Routh escreveu há semanas, quando estava numa prisão federal em Miami, no sul da Flórida, e que foi noticiada pelos meios de comunicação norte-americanos, fez esta oferta, alegando querer contribuir para restaurar a paz no Médio Oriente.

"Diria que estou disposto a render-me em Gaza (...) apenas para reiniciar as negociações de paz", escreveu o homem de 58 anos na carta, cuja autenticidade foi confirmada pela filha, Sara Routh, ao jornal New York Post.

Na longa carta - onde expressa também a sua admiração por Alexander Hamilton, um dos "pais fundadores" dos Estados Unidos - Routh acrescentou que ele e outros poderiam ocupar o lugar dos reféns israelitas detidos pelo Hamas a partir de 07 de outubro de 2023, pondo assim fim ao conflito armado.

Julgamento estava marcado para esta segunda-feira, mas foi adiado

O julgamento de Routh terá início em 8 de setembro deste ano, depois de o juiz responsável pelo caso ter aceitado o pedido da defesa para adiar o início do processo judicial, inicialmente marcado para esta segunda-feira.

A defesa tinha solicitado que o início da audiência fosse adiado para dezembro deste ano, dada a quantidade de provas que precisam ser analisadas, mas a juíza federal Aileen Cannon considerou que se tratava de um período de tempo excessivo.

Em 30 de setembro, Routh declarou-se inocente de todas as cinco acusações que enfrenta, incluindo tentativa de homicídio de um importante candidato presidencial, posse de arma de fogo para promover um crime violento e agressão a um funcionário federal.

O homem foi detido em 15 de setembro num campo de golfe na Florida, propriedade de Trump, onde um agente dos Serviços Secretos o descobriu armado com uma espingarda semiautomática escondida atrás de arbustos.

Depois de ser visto, o homem fugiu do local, mas foi detido no mesmo dia, tendo sido ainda acusado de posse ilegal de arma de fogo e de posse ilegal de arma de fogo com número de série apagado.

A defesa está a ponderar se deve apresentar o seu caso com base no facto de Routh sofrer de demência, para o que deverá apresentar a justificação correspondente ao tribunal durante o decurso deste mês.