"Contamos que a saúde, a educação e a agricultura possam vir a beneficiar da experiência e do que já fizeram noutros países", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau à Lusa, no final da cerimónia de assinatura do protocolo, que decorreu hoje em Lisboa, na sede mundial do Imamat Ismaili.

Para Carlos Pinto Pereira, o acordo hoje assinado foi rubricado "com uma entidade séria, capaz de realizar os projetos com que se compromete" e por isso a Guiné-Bissau espera "vir a beneficiar da experiência e do que já fizeram noutros países", como Moçambique, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe, países que já beneficiam da cooperação para o desenvolvimento por parte desta entidade.

O Imamat Ismaili é uma entidade supranacional que representa a sucessão dos Imams desde a época do Profeta Maomé, e tem acordo com vários países, entre os quais Portugal, onde está instalada a sede mundial.

"Se é verdade que os países precisam de grandes projetos de infraestruturas, não é menos verdade que este tipo de intervenções, que procuram problemas reais que as populações enfrentam, são as áreas que nos interessam, e o que esperamos desta cooperação é que as instituições da Guiné-Bissau possam beneficiar de algum apoio da Imamat Ismaili para o reforço da sua capacidade de intervenção nas áreas que lhe estão adstritas", acrescentou o chefe da diplomacia guineense.

O protocolo que foi hoje assinado formaliza uma estrutura para consultas sobre assuntos de interesse mútuo, reforçando o reconhecimento legal do Imamat Ismaili e a sua capacidade de envolvimento em assuntos internacionais, lê-se num comunicado desta entidade, que dá ainda conta de que "o acordo visa ainda o desenvolvimento das relações bilaterais e a colaboração em áreas como a diplomacia, desenvolvimento social, crescimento económico e intercâmbio cultural".

Para o representante diplomático do Imamat Ismaili, Nazim Ahmad, este acordo marca "o início da cooperação", não havendo, por isso, "ainda nenhum projeto definido", porque as áreas prioritárias de apoio serão definidas depois da visita da comitiva que irá à Guiné-Bissau, provavelmente em junho.

MBA // VM

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