Algumas das mortes que ocorreram durante a greve dos técnicos do INEM estão diretamente ligadas às falhas no socorro de emergência, de acordo com uma notícia divulgada pela RTP, que se baseia nas investigações realizadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

A estação pública refere que os indícios encontrados pela IGAS apontam para que a greve tenha sido a causa de uma parte das 11 mortes registadas e que estão sob investigação. O presidente do INEM só será ouvido depois de recolhidos todos os indícios por parte da inspeção-geral.

No inquérito foram encontradas "contradições" sobre a ativação de viaturas, adianta ainda a RTP. Já o Instituto Nacional de Emergência Médica refere apenas que "o referido inquérito é instruído pela IGAS, que tem vindo a solicitar ao INEM um conjunto diverso de informação" e que "tem também colaborado com diligência para esta ação inspetiva".

Todos os locais onde quem pediu socorro e acabou por morrer várias horas ou dias depois estão a ser visitados, e várias testemunhas estão a ser ouvidas. Não há um prazo definido para o fim da investigação, informou o inspetor-geral das Atividades em Saúde, António Carapeto.

No início do mês de novembro, a greve dos técnicos do INEM às horas extraordinárias levou à paragem de dezenas de meios de socorro e a atrasos significativos no atendimento das chamadas para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).