O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo considerou hoje que o objetivo de investir 5% do PIB em despesas para a Defesa é uma meta, "obviamente, muito ambiciosa".

À saída do Tribunal Central Criminal de Lisboa, e a propósito de uma das conclusões da cimeira da NATO, que decorreu na quarta-feira e em que os países aliados concordaram no investimento de 5% em despesas relacionadas com a Defesa até 2035, o antigo chefe da Armada reconheceu que existe a necessidade de reforçar esta área, mas sublinhou que este "é um assunto da governação".

Alertando para a complexidade da questão, e ainda que seja da esfera da governação, o candidato presidencial assumiu que "a meta é, obviamente, muito ambiciosa" e que terão de ser feitas contas para que seja avaliado quanto é que Portugal valoriza a segurança europeia e onde é que será colocada a fasquia do investimento.

"Há uma realidade: o investimento na Defesa tem de aumentar. E tem de aumentar, não porque há um desejo dos militares ou do lóbi militar para que isso aconteça, mas porque há um agressor dentro da Europa", disse Gouveia e Melo, deixando o alerta de que "a Defesa é uma prioridade, o que não significa que esta prioridade tenha de afetar outras prioridades".

"Esse valor [de investimento], não sei qual é, mas terá de ser decidido pelos governos e pela opinião pública também. Todas essas coisas estarão em jogo", acrescentou.

Henrique Gouveia e Melo testemunhou hoje, no julgamento de dez arguidos acusados de injúrias e tentativas de agressão ao antigo almirante e a Eduardo Ferro Rodrigues, recordou os insultos e recusou agressões físicas.