Uma ativista a bordo do "Freedom Flotilla", o veleiro de ajuda humanitária que tinha como destino Gaza, acusa as forças israelitas de terem lançado uma "substância branca" sobre o convés da embarcação.

Yasemin Acar partilhou um vídeo a mostrar a "substância branca", enquanto aparece a cobrir o rosto e a relatar o que descreve como uma "ação hostil por parte das autoridades israelitas", que estariam a tomar o controlo do navio.

Ativistas do "iate das selfies" estão "seguros e ilesos"

O navio fretado foi intercetado esta madrugada por tropas israelitas a caminho da Faixa de Gaza, onde se preparava para entregar alimentos aos habitantes sitiados.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros publicou um vídeo na rede social X, onde mostra os tripulantes a receber sandes e garrafas de água. O Governo diz que os ativistas do "iate das selfies" estão seguros, mas que o "espetáculo" acabou.

Foi também partilhada uma foto de Greta "a caminho de Israel, segura e de bom humor", lê-se na publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel.

Os passageiros devem agora regressar aos países de origem e a ajuda humanitária ficou na posse dos israelitas.

Israel vai mostrar vídeos de ataques do Hamas aos ativistas

Segundo a BBC, o porta-voz do ministro da Defesa israelita instruiu as Forças de Defesa Israelita (IDF) para que exibam os vídeos dos ataques de dia 7 de outubro de 2023 a todos os que estão a bordo do veleiro, quando chegarem ao porto de Ashdod, em Israel.

"Eles devem ver as atrocidades cometidas contras as mulheres, os idosos e as crianças para perceberem que Israel está a lutar para se defender", acrescentou o ministro da Defesa israelita.

Governo palestiniano agrade esforços ativistas para "romper cerco" a Gaza

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina agradeceu aos 12 ativistas os "esforços para romperem o cerco na Faixa de Gaza" e exigiu a sua proteção.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Expatriados aprecia muito os seus esforços, que implicaram elevados riscos no mar, por este nobre objetivo humanitário de apoiar o nosso povo na Faixa de Gaza, sujeito às mais hediondas formas de genocídio, limpeza étnica, perseguição e fome", segundo um comunicado.

Também o grupo islamita Hamas, que exerce o controlo sobre a Faixa de Gaza, condenou também a interceção do navio, qualificando-a de "terrorismo de Estado" contra ativistas que procuravam "romper o cerco e denunciar o crime de fome" perpetrado por Israel.

Numa declaração enviada através dos seus canais de distribuição, o Hamas considerou o que Israel fez ao navio um "ataque flagrante à consciência humana".

"A interceção do navio Madleen no mar, impedindo-o de entregar ajuda simbólica ao nosso povo face a uma guerra genocida, constitui terrorismo de Estado organizado, uma violação flagrante do direito internacional e um ataque a voluntários civis que atuam por razões humanitárias", afirmou o Hamas no comunicado.

Irão acusa Israel de ato de pirataria ao desviar barco humanitário

O Irão acusou Israel de ter praticado um ato de pirataria ao intercetar o barco de ajuda humanitária.

"O ataque a este barco é considerado uma forma de pirataria segundo o direito internacional", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baqaei.

- Com Lusa