"Demos um intervalo para a nossa instituição e à administração central, a partir do dia 20 janeiro até ao dia 05 de fevereiro, para resolverem pelo menos os dez pontos principais", disse hoje à Lusa Henriques Chicanda, fiscal no parque.

Em causa está a paralisação das atividades pelos mais de 60 fiscais do parque, na última semana, que reivindicam o pagamento de subsídios e reajustes salariais.

Segundo a mesma fonte, na quinta-feira os fiscais entraram em negociações com as autoridades da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e os responsáveis pelo parque, mas sem resultados satisfatórios.

"Nós tínhamos em cima da mesa mais de 40 pontos de revindicação e, nestes, dez pontos mais importantes (...), esperávamos que a instituição e a administração central pudessem resolver, mas não houve respostas satisfatórias", disse.

Os pontos principais incluem o pagamento de subsídios fúnebres, de localização e risco, nomeações, para além do acesso a empréstimos bancários, a assistência médica e melhor enquadramento na tabela salarial única (TSU), aprovada no país em 2022.

Henrique Chicanda avançou que a ANAC apresentou uma proposta para que o grupo de fiscais, que está há sete anos sem contratos de trabalho, assine contratos com a duração de um ano com algumas empresas e organizações não-governamentais parceiras do parque.

"O que deixou o grupo com lágrimas nos olhos porque não é isso que esperávamos e precisamos. O que precisamos agora são contratos indeterminados que passam pelo tribunal administrativo para o seu devido visto e depois seguir-se o passo de enquadramentos e nomeações definitivas", explicou.

Para o fiscal, a reunião teve motivações políticas e tanto a ANAC como a direção do parque "não trouxeram nada bom".

 

LYCE // JMC

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