A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) entregou pré-avisos de greve que abrangem a vigilância e a classificação das provas-ensaio do 4º, 6º e 9º anos, que vão decorrer em todas as escolas a partir da próxima segunda-feira e até ao final do mês.
Envolvendo quase 300 mil alunos, estas provas terão de ser calendarizadas pelas escolas ao longo das próximas três semanas e servem de teste à capacidade do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) para garantir que a digitalização das avaliações nacionais em todo o ensino básico pode mesmo avançar e que não há falta de computadores ou problemas na internet ou nas plataformas que possam prejudicar o processo.
A Fenprof “condena a imposição destas provas adicionais, a meio do ano letivo”, considerando que vêm sobrecarregar ainda mais o horário de trabalho dos docentes. E discorda da sua realização, por entender que são um primeiro passo para recuperar os exames nacionais no final do 1º, 2º e 3º ciclos.
“As provas-ensaio que o MECI promove a partir da próxima segunda-feira, dia 10, não merecem o acordo da Fenprof, desde logo por se destinarem a ensaiar um novo modelo de provas de aferição que, na verdade, pelo seu formato, são a recuperação das provas de final de ciclo que vigoraram no mandato de Nuno Crato e que, na verdade, mais não eram do que verdadeiros exames nos 4.º, 6.º e 9.º anos”, explica a federação sindical, em comunicado.
“Prova disso", diz a Fenprof, foi o envio às escolas de um documento do Júri Nacional de Exames, designado “Guia para a realização das provas-ensaio”, “a que é dado um evidente cariz de exame, tendo as escolas de constituir secretariado de exames e indicar vigilantes e classificadores”.
E é para abranger estas ativitidades que a Fenprof convocou uma greve que se iniciará na próxima segunda-feira, primeiro dias das provas-ensaio.