As autoridades do arquipélago francês de Mayotte, no Oceano Índico, elevaram para vermelho o alerta de ciclone a partir das 22:00 deste sábado, devido à passagem da tempestade tropical Dikeledi, que também deverá atingir Moçambique.
"Decidi antecipar este alerta vermelho para as 22:00 [19:00 de Lisboa] para permitir que todos se abriguem, se confinem bem (...) para garantir que todos possam estar protegidos neste período que é anunciado", declarou o prefeito de Mayotte, François-Xavier Bieuville, no canal de TV Mayotte La 1ère.
O alerta vermelho implica "a proibição de circulação" em terra e no mar, de "ir às praias", "de ficar fora de casa", explicou o autarca.
"Contenha-se, prepare comida", disse o responsável, pedindo aos moradores "que não toquem em fios elétricos" ou "medidores elétricos" durante a tempestade.
O aeroporto está fechado desde as 18:00 locais (15:00 de Lisboa), segundo o ministro do Ultramar francês, Manuel Valls. Também os 'ferries' pararam durante o dia.
"Devemos preparar-nos para este evento que começará durante a noite, ou melhor, no final da noite, e que continuará durante boa parte da manhã, ou mesmo durante todo o domingo", declarou o prefeito.
A tempestade deverá atingir a costa nordeste de Madagáscar no início da noite e depois seguir o Canal de Moçambique durante a noite de sábado para domingo, antes de circular no sul de Mayotte no domingo, de acordo com as previsões da Météo-France.
"Uma clara deterioração das condições meteorológicas ventosas, mas especialmente chuvosas, é esperada a partir do final da próxima noite" em Mayotte, alertou a Météo-France.
O ciclone Dikeledi também deverá afetar Moçambique, menos de um mês depois da passagem do ciclone Chido na região.
Às 03:34 horas locais (00:34 em Lisboa) de sábado, o Dikeledi encontrava-se a 800 quilómetros a leste de Mayotte, segundo a Météo-France.
País ainda não recuperou do ciclone do mês passado
O Chido causou danos colossais no departamento mais pobre de França. A passagem deste ciclone tropical intenso fez pelo menos 39 mortos e mais de 5.600 feridos, destruindo um grande número de habitações improvisadas e permanentes no 101.º departamento de França.
Em Moçambique, a passagem do ciclone Chido em dezembro fez pelo menos 120 mortos e quase 900 feridos, no norte e centro deste país, considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.