
O presidente da ECM – Empresa de Cervejas da Madeira, Paulo Prada, sublinhou esta quarta-feira a importância do compromisso ambiental da empresa e a urgência de resolver questões logísticas e burocráticas que afectam o seu funcionamento, à margem da visita oficial do presidente do Governo Regional às instalações da empresa.
“O objectivo essencial desta visita era mostrar a este Governo o que a empresa faz aqui na Madeira, sobretudo a responsabilidade ambiental que tem”, afirmou Paulo Prada aos jornalistas, destacando o foco na reutilização de embalagens. “Nós somos um caso de sucesso e comparamos muito bem com outras realidades. Cerca de 94% a 95% das nossas embalagens (cerveja) já são reutilizadas”, frisou.
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A ECM coloca anualmente no mercado cerca de 38 milhões de garrafas reutilizáveis, o que representa uma significativa poupança ambiental. “Se tivéssemos de reciclá-las ou, pior ainda, colocá-las em aterro, seria desastroso para o ambiente. Por isso, mesmo com custos acrescidos, apostamos num sistema sustentável”, explicou, lembrando que as garrafas são utilizadas em média durante oito anos, até trinta ciclos de reutilização.
Contudo, o presidente da ECM lamentou que persistam no mercado práticas contrárias a esta filosofia. “Infelizmente há quem importe garrafas não reutilizáveis e nem sequer recicláveis, as chamadas ‘one way’. Isso é algo que devia ser revisto”, alertou.
Sobre o apoio ao transporte marítimo na Região, Paulo Prada referiu que a situação madeirense é menos favorável comparativamente ao vizinho arquipélago das Canárias. “As Canárias têm apoios de 50% a 100% ao transporte inter-ilhas. Na Madeira, não temos esse apoio entre o Porto Santo e a Madeira”, apontou. Embora exista subsídio ao transporte de matérias-primas e materiais do continente para a Região, os prazos de pagamento têm sido problemáticos. “As empresas contam com esse apoio num determinado ano e, sem previsibilidade, há prejuízos para a actividade económica”, disse, acrescentando que a situação foi agravada pela instabilidade política e orçamental recente.
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No plano comercial, a marca Coral mantém uma posição sólida no mercado regional. “A nossa marca cobre praticamente todo o território, com cerca de 3.500 pontos de venda. Conseguimos manter as nossas quotas de mercado, tanto no canal on-trade como no off-trade”, referiu. A logística assente em embalagens reutilizáveis constitui, segundo o responsável, uma vantagem competitiva face à concorrência nacional.
Paulo Prada aproveitou a presença do Governo Regional para também lamentar a morosidade na regularização da propriedade dos terrenos onde a empresa opera, uma situação que afecta todo o parque empresarial. “Este processo já dura há anos. Do lado do Funchal está resolvido, mas do lado da Câmara de Lobos ainda não. Fizemos um contrato-promessa há três anos e meio, mas aguardamos”, declarou, na expectativa que a Região regularize a situação para que o espaço ocupado pela ECM no PEZO – Parque Empresarial da Zona Oeste possa ser adquirido formalmente pela empresa que faz parte do universo do Grupo Pestana.