Os aviões foram chegando aos Açores na quinta e na sexta-feira. São dois modelos: o Stratotanker KC-135 e o KC-46. Servem para reabastecer aviões de combate, como caças-bombardeiros.

"Podem descolar dos Estados Unidos e reabastecer algures no Atlântico com estes aviões reabastecedores. É o caso do bombardeiro B2. Houve um período muito ativo — a Guerra do Golfo. É mais comum isso acontecer quando há necessidade deste tipo de operações. Pontualmente, sim, mas não tantos como, pelos vistos, se têm visto nos últimos dias", explica João Roque, diretor da Lusofly Academy.

Há quem defenda que este é um indicador de que os Estados Unidos estarão a preparar-se para entrar no conflito entre Israel e o Irão.

À Lusa, uma fonte do Departamento de Estado dos Estados Unidos desvaloriza a situação e diz que a Base das Lajes acolhe aviões militares norte-americanos regularmente. Mas o motivo da estadia destes aviões nos Açores ainda não é conhecido.

Nos últimos tempos, os Estados Unidos têm reforçado a presença em todo o Golfo Pérsico. Na região estão, pelo menos, 40 mil militares norte-americanos.

PS exige explicações ao Governo

O Partido Socialista (PS) exige explicações ao Governo sobre a presença de aviões de reabastecimento na Base das Lajes, nos Açores.

"Parece-me oportuno sabermos do que se trata, para estarmos conscientes das responsabilidades do Estado português. Temos relações estáveis com os Estados Unidos, e tenho para mim que estas operações se enquadram nesse âmbito. Mas somente o Governo poderá esclarecer tudo o que possa ser explicado no plano público", refere José Luís Carneiro.

José Luís Carneiro, candidato à liderança do PS, quer que Luís Montenegro esclareça se foi notificado com antecedência sobre as movimentações militares norte-americanas em território nacional.

"Quando há alguma operação extra há uma notificação das Autoridades Norte-Americanas que depois faz o seguimento para o Governo. Primeiro é preciso saber se isto aconteceu e depois porque é que não foi comunicado aos principais partidos com assento parlamentar", explica Francisco César, líder do PS Açores.

A SIC tentou entrar em contacto com o Governo de Luís Montenegro, mas não obteve resposta.

[Artigo atualizado às 20:03]