
O diretor do serviço de Dermatologia do Hospital de Santa Maria apresentou a sua demissão na sequência da polémica relacionada com a realização de cirurgias adicionais ao abrigo do SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia). A informação foi inicialmente avançada pela CNN Portugal e confirmada pela SIC Notícias.
Segundo a mesma fonte, Paulo Filipe decidiu abandonar o cargo depois de ter tido acesso às conclusões preliminares de um relatório interno que está a apurar os contornos do caso. A administração do hospital aceitou o pedido de demissão, estando prevista para esta manhã a nomeação de um novo responsável, durante uma reunião do Conselho de Administração.
O SIGIC é um mecanismo criado para reduzir as listas de espera, permitindo que sejam realizadas cirurgias fora do horário normal, mediante incentivos financeiros atribuídos às equipas médicas. No entanto, existem restrições legais à sua utilização: esta atividade suplementar não pode ultrapassar um terço da produção cirúrgica total de um serviço.
A polémica estalou quando se soube que Miguel Alpalhão, médico dermatologista do mesmo hospital, terá recebido cerca de 400 mil euros por procedimentos realizados em apenas dez sábados. Este caso está já a ser alvo de investigação por parte do Ministério Público e poderá não ser um episódio isolado.