
A Polícia Federal brasileira desmantelou esta quinta-feira uma rede de narcotraficantes que utilizava empresas de logística de alimentos para enviar cocaína para África escondida em cargas de congelados.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão, nos estados de Santa Catarina (Itapoá, Garuva e Rio do Sul), Paraná (Curitiba e Paranaguá) e São Paulo (Sorocaba e Quadra), e foi ainda decretada a apreensão de veículos, imóveis e o bloqueio e congelamento de contas bancárias vinculadas a 17 pessoas.
"As investigações tiveram início a partir da apreensão de três cargas de cocaína nos países africanos da Líbia, Libéria e Serra Leoa , em dezembro de 2022. Em comum, o entorpecente estava escondido no meio de cargas de frango congelado exportadas a partir do porto de Itapoá/SC, manipuladas por uma empresa de logística de alimentos situada em Santa Catarina", lê-se no comunicado das autoridades brasileiras.
Um grupo de trabalhadores da empresa responsável pelo carregamento dos contentores, com acesso a informações sobre o destino de cargas e dados de embarcações, aproveitava essa logística para esconder a droga que era enviada para África.
De acordo com a Polícia Federal, as empresas exportadoras não tiveram qualquer envolvimento nas atividades criminosas, sendo que "as ações do grupo causaram prejuízos milionários, incluindo a interrupção de negócios com países africanos".
Dois representantes de uma empresa importadora na Líbia, sem saber do carregamento de droga, chegaram a ser detidos e acusados de tráfico internacional de drogas, correndo o risco de prisão perpétua, tendo sido posteriormente libertados após a Polícia Federal brasileira ter esclarecido os factos.