
Em maio passado, uma área de 960 quilómetros quadrados da floresta amazónica foi destruída no Brasil contra 500 quilómetros quadrados devastados no mesmo mês de 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgados hoje pelo Governo brasileiro.
Os dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil atribuem 51% do desflorestamento registado na Amazónia no último mês aos incêndios, 48% à exploração de madeira e 1% à mineração ilegal.
O Governo brasileiro alertou que a degradação da maior floresta tropical do planeta apresenta um novo perfil, que inclui os efeitos das mudanças climáticas, dos incêndios e das graves secas consecutivas no bioma ocorridas nos últimos 20 anos.
"A mata nativa, que antes era imune a incêndios, começou a mudar de perfil", disse o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.
Capobianco alertou que os incêndios superaram o corte raso das árvores, que era historicamente o maior problema na Amazónia, o que deu início a uma situação nova no bioma com o agravamento do quadro climático.
"Não estamos falando do ponto de não retorno nem de colapso do bioma, mas do colapso da área incendiada e que era floresta", apontou o sercretário.
Entre agosto de 2024 e maio de 2025, a floresta amazónica perdeu 3.502 quilómetros de vegetação nativa no Brasil, mais 9,1% face ao período homólogo (3.186 quilómetros).
No Cerrado, bioma brasileiro semelhante à savana situado ao sul da Amazónia, o desflorestamento caiu 15% em maio face ao mesmo mês do ano anterior, afetando 885 quilómetros quadrados.
No Pantanal, maior área húmida do planeta, a destruição da vegetação caiu 65% face o mesmo mês de 2024.
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