A plataforma chinesa Shein vai ser investigada pela Comissão Europeia, que quer apurar se existem práticas desleais na UE e ainda aumentar a fiscalização às encomendas baratas.
Também a Temu - uma plataforma semelhante - é alvo de uma investigação europeia, que arrancou em novembro do ano passado, por alegadas práticas desleais como descontos falsos, vendas sob pressão, informações enganosas e avaliações falsas.
O comissário europeu para a Democracia, Justiça, Estado de Direito e Proteção dos Consumidores afirmou esta quarta-feira que vão ser apertadas as monitorizações, com fiscalizações surpresa, testes e outros controlos, ao mercado online.
Michael McGrath precisou estarem em causa "encomendas de 10, 20 e 30 euros" e apontou que, "apesar de os preços de muitos dos produtos serem baixos, há um custo elevado, que é o dos riscos que estes produtos representam para a saúde, segurança e para o ambiente".
Bruxelas garante estar "a tomar medidas para fazer face aos riscos decorrentes das importações de baixo valor vendidas através de retalhistas 'online' de países terceiros e de mercados que acolhem comerciantes de países terceiros", como da China.
Encomendas de baixo valor a entrar na UE triplicaram
Bruxelas pede a aplicação da reforma da União Aduaneira, que prevê a supressão da isenção de direitos aduaneiros para encomendas de baixo valor com um valor inferior a 150 euros.
No ano passado, cerca de 4,6 mil milhões de encomendas de baixo valor entraram no mercado da UE, o que equivale a 12 milhões de encomendas por dia.
Este número é o dobro do registado em 2023 e o triplo do registado em 2022, sendo que muitas destas mercadorias foram consideradas não conformes com a legislação europeia.
"Este crescimento exponencial está a suscitar inúmeras preocupações" pois "há cada vez mais produtos nocivos a entrar na UE e, além disso, os vendedores europeus, que respeitam as nossas elevadas normas em matéria de produtos, correm o risco de serem prejudicados por práticas desleais e pela venda de produtos de contrafação", relata a instituição, adiantando que "o grande número de encomendas expedidas e transportadas tem uma pegada ambiental e climática negativa".
Com Lusa