
Os avós maternos e os tios de Émile, o menino de dois anos que desapareceu nos Alpes franceses em julho de 2023, foram detidos por homicídio voluntário e ocultação de cadáver.
De acordo com o Ministério Público, citado pela agência France-Presse, estas detenções "fazem parte de uma fase de verificação e comparação dos elementos e informações recolhidos durante as investigações realizadas nos últimos meses".
"Os investigadores estão também a realizar operações forenses em vários locais do país", acrescentou o procurador Jean-Luc Blanchon.
Os avós maternos de Émile, Philippe Vedovini e Isabelle Colombani, foram esta manhã detidos na sua casa, em La Bouilladisse, onde estavam a decorrer buscas. Um veículo foi apreendido.
Segundo a BFMTV, o caso sofreu uma reviravolta este mês após as buscas da polícia francesa em Haut-Vernet, onde o menino de 2 anos desapareceu a 8 de julho de 2023, no primeiro dia de férias de verão com os avós maternos.
Os restos mortais da criança só foram encontrados quase nove meses depois e as primeiras detenções aconteceram agora, quase dois anos após o desaparecimento.
O desaparecimento de Émile
Durante nove meses, as autoridades não conseguiram encontrar nenhuma pista sobre o desaparecimento de Émile. Tudo mudou em março de 2024, quando um homem descobriu o crânio e os dentes da criança a cerca de 1,7 quilómetros da aldeia de Haut-Vernet, uma caminhada de 25 minutos para um adulto.
Várias equipas da polícia, incluindo especialistas em engenharia, antropólogos e cães, foram chamados ao local para procurar os restos mortais de Émile. Na altura, conseguiram encontrar as roupas da criança na mesma zona.
A 13 de março deste ano, a presença de investigadores na aldeia de Haut-Vernet reacendeu as especulações.
Segundo vários meios de comunicação social, a polícia aprendeu um grande vaso que estava situado à entrada de uma capela da aldeia. O Ministério Público recusou-se a confirmar este facto.
Avós emitiram comunicado na altura do funeral de Émile
Dezanove meses após a morte de Émile, realizou-se um funeral público, a 8 de fevereiro, na basílica de Saint-Maximin-la-Sainte-Baume, perto de Marselha, com a presença de toda a sua família. Centenas de pessoas assistiram à cerimónia.
Poucas horas depois da cerimónia, os avós de Émile emitiram um comunicado, citado pela AFP, no qual afirmaram que "com o tempo, chegar-se-ia à verdade".
"Passaram dezanove meses, dezanove meses sem certezas. Precisamos de compreender, precisamos de saber", escreveram.