"Louis Lui", segunda parte da trilogia iniciada em 2024 por Paulo Ribeiro com "Maurice Accompagné", assenta na premissa de procurar inspiração na música de dois compositores contemporâneos, um português e um estrangeiro.
Contactada pela agência Lusa, fonte da Companhia Paulo Ribeiro (CPR) indicou que "Luis Lui" irá estrear-se em dezembro, no Palais des Festivals, no âmbito do Festival de Dança de Cannes, com música original criada por Luis Tinoco e música de Louis Andriessen, interpretadas ao vivo pela Orquestra Nacional de Cannes.
De acordo com a mesma fonte, o processo criativo da nova peça vai agora iniciar-se, após a apresentação de "Maurice Accompagné" - com música de Luís de Freitas Branco (1890-1955) e Maurice Ravel (1875-1937) - no palco do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, entre sexta-feira e domingo.
Depois da estreia no final de 2024, em Coimbra, "Maurice Accompagné" vai ainda ser apresentada, em fevereiro, no Porto, ao Teatro Carlos Alberto, em abril estará na Academia de Artes do Estoril, e, em julho, no Teatro Aveirense.
"Luis Lui", a segunda parte da trilogia, inspira-se também na música de dois compositores contemporâneos, um português - Luis Tinoco, Prémio Pessoa 2024 -, e outro estrangeiro, o holandês Louis Andriessen.
A criação, segundo um texto de Paulo Ribeiro, remete para o nome comum aos compositores/autores da música base do espetáculo, Luís, enquanto o 'Lui' surge como referência ao 'outro' (da língua francesa): "O outro que nos surpreende. O outro com quem podemos ou não contar. O outro que nos pode proporcionar o céu ou o inferno!", descreve o antigo diretor do Teatro Viriato, em Viseu (1998-2016), ex-diretor do extinto Ballet Gulbenkian (2003-2005), que também dirigiu a Companhia Nacional de Bailado (2016-2018) e a Casa da Dança de Almada (2019-2020).
A trilogia das novas peças coreográficas de Paulo Ribeiro parte de diferentes épocas: o início do século XX, os anos 1960 e a atualidade, sendo inspirada nas músicas e nos seus compositores.
Com título não foi revelado, a terceira peça, a estrear-se em 2026, irá regressar aos anos 1960, a partir das composições de Joly Braga Santos (1924-1988) e Benjamin Britten (1913-1976).
A intenção de Paulo Ribeiro é cruzar tempos, realidades e geografias diferentes: "Lembrar como a música e o corpo transcendem o momento e nos ligam irremediavelmente uns aos outros", explica o texto da sua companhia, com o seu próprio nome, fundada há 30 anos, em 1995.
"A música será a respiração do tempo, dos constrangimentos e das esperanças dos anos que se foram vivendo", segundo a sinopse das três peças coreográficas diferentes que procuram uma unidade na sua diversidade formal e musical.
Essencialmente, a música é a primeira base para a criação e, a seguir, a vida e a sensibilidade dos compositores escolhidos, segundo a Companhia Paulo Ribeiro.
Depois da estreia mundial em Cannes, "Louis Lui" regressará a Portugal ainda em dezembro para ser apresentada no Convento São Francisco, em Coimbra, e depois na Academia de Artes do Estoril.
A Companhia Paulo Ribeiro ficará instalada até 2026 no Edifício Cruzeiro, em Cascais, através de um protocolo com a autarquia.
O Edifício Cruzeiro, onde funciona a Academia de Artes do Estoril, acolhe a Escola Profissional de Teatro de Cascais, o Conservatório de Música e Dança de Cascais e a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras.
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