O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em abril para o valor mais baixo desde março de 2024 e o indicador de clima económico aumentou ligeiramente, interrompendo a quebra dos três meses anteriores, divulgou, esta terça-feira, o INE.

Segundo os resultados dos "Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores" do Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança dos consumidores diminuiu em março e abril, após ter aumentado nos dois meses anteriores, atingindo o valor mais baixo desde março do ano passado.

Para a evolução observada em abril contribuíram negativamente todas as componentes do indicador, destacando-se as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar.

De acordo com o INE, o saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços "aumentou significativamente em abril, após as diminuições observadas em fevereiro e março", enquanto o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços "aumentou de forma expressiva nos últimos três meses", atingindo o máximo desde outubro de 2022.

Já o indicador de clima económico, baseado em inquéritos às empresas, aumentou ligeiramente em abril, interrompendo o movimento descendente dos últimos três meses.

Indústria transformadora regista aumento do indicador de confiança

Na indústria transformadora verificou-se um aumento do indicador de confiança, que estabilizou no comércio e diminuiu na construção e obras públicas e nos serviços.

Segundo o INE, na indústria transformadora, as perspetivas de produção e as opiniões sobre a evolução da procura global contribuíram positivamente para a evolução do indicador de confiança.

Já no comércio, as opiniões sobre o volume de vendas e as perspetivas sobre a atividade nos próximos três meses contribuíram positivamente, compensando o contributo negativo das apreciações sobre o volume de 'stocks'.

Quanto ao indicador de confiança da construção e obras públicas, diminuiu em março e abril, após ter aumentado nos cinco meses anteriores, refletindo no último mês o contributo positivo das perspetivas de emprego.

Nos serviços, a diminuição do indicador resultou do contributo negativo das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas e das apreciações sobre a atividade da empresa.

Segundo o INE, o saldo de respostas das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda aumentou no comércio, na construção e, pelo quinto mês consecutivo, na indústria transformadora, tendo diminuído moderadamente nos serviços.

Para 2026, a maioria das empresas na indústria transformadora (68,9%) e nos serviços (64,5%) preveem uma estabilização no investimento face a 2025.

Por outro lado, 20,1% das empresas na indústria transformadora e 18,4% das empresas nos serviços antecipam um aumento do investimento em 2026, enquanto 11,1% e 17,1% das empresas inquiridas preveem uma diminuição do investimento nos respetivos setores.

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