
Nesta noite de 13 para 14 de março será possível ver em Portugal continental um eclipse total da Lua, o primeiro de dois este ano, além de dois eclipses parciais do Sol.
O primeiro eclipse lunar de 2025 será total. Na madrugada de 14 de março, o nosso satélite natural nascerá às 18h44 e o eclipse começará às 5h10. Alcançará o seu ponto máximo de penumbra às 6h58 para depois desaparecer do céu às 8h33. Será visível no Pacífico, na América, na Europa ocidental e na África ocidental.
O que é um eclipse lunar?
Um eclipse lunar ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham de modo a que a Lua passe pela sombra da Terra. Num eclipse lunar total, toda a Lua incide sobre a parte mais escura da sombra da Terra, chamada umbra.
Quando a Lua está dentro da umbra, esta parece vermelho-alaranjada. Os eclipses lunares são por vezes chamados de “Luas de Sangue” por causa deste fenómeno.
Como observar o eclipse?
Não precisa de nenhum equipamento especial para observar um eclipse lunar, embora os binóculos ou o telescópio melhorem a visão. Um ambiente escuro, longe de luzes brilhantes, proporciona as melhores condições de visualização.
Este eclipse será visível no hemisfério ocidental da Terra.
- As aplicações gratuitas Sky Tonight ou Stellarium Mobile permitem localizar a Lua e os planetas no céu.
- O site Time and Date possui uma ferramenta interativa que permite definir a data que se deseja visualizar.
- Stellarium possui uma ferramenta web semelhante que mostra as posições dos planetas e da Lua.
Porque é que a Lua fica vermelha durante um eclipse?
Durante um eclipse lunar, a Lua fica com uma cor avermelhada porque a luz do Sol tem de passar primeiro pela atmosfera da Terra.
A luz solar é composta por várias cores e cada uma delas comporta-se de forma diferente ao atravessar a atmosfera. A luz azul espalha-se mais facilmente, razão pela qual o céu é azul durante o dia. Já a luz vermelha atravessa a atmosfera de forma mais direta.
Quando o Sol nasce ou se põe, a sua luz tem de atravessar uma camada mais espessa da atmosfera. Como a luz azul se espalha pelo caminho, só a luz avermelhada chega até nós – por isso vemos o pôr do sol em tons de laranja e vermelho.
No caso de um eclipse lunar, acontece algo semelhante. A Terra bloqueia a luz direta do Sol, mas parte dessa luz atravessa a atmosfera terrestre e é desviada para a Lua. Como a luz azul se dispersa, só a luz vermelha e alaranjada chega à Lua, dando-lhe essa cor característica.
Há mais coisas a observar no céu na noite do eclipse e nas seguintes
Olhe para o céu ocidental na noite do eclipse para ver os planetas Júpiter e Marte. A Lua estará na constelação de Leão, sob a pata traseira do leão, no início do eclipse; logo de seguida, atravessará para a constelação de Virgem. À medida que a sombra da Terra diminui o brilho da Lua, as constelações poderão ser mais fáceis de detetar.
Podemos ainda esperar dois alinhamentos planetários para este ano:
- 15 de abril de 2025 - um pequeno alinhamento de Neptuno, Mercúrio, Saturno e Vénus
- 11 de agosto de 2025 - um grande alinhamento de Mercúrio, Júpiter, Vénus, Urano, Neptuno e Saturno
- Sete planetas alinhados no céu pela última vez até 2040: como observar o fenómeno raro
- Raro alinhamento planetário em fevereiro: o que é e como observá-lo
Calendário de eclipses da Lua e do Sol para 2025
- No dia 29 de Março ocorrerá um eclipse solar parcial. que também será visível em Portugal. Começará às 9h48 e alcançará o seu ponto máximo às 10h40. Será visível no noroeste de África, na Europa (incluindo todo o território português), no norte da Rússia e na Gronelândia.
- A 7 de Setembro um novo eclipse total da Lua. O nosso satélite nascerá às 19h35 e pôr-se-á às 6h14, mas o fenómeno começará um pouco antes: às 17h27, alcançando seu ponto máximo às 19h11. Será visível na Europa, África, Asia e Austrália.
- O último eclipse do ano está marcado para 21 de Setembro e será um eclipse solar parcial. Começará às 17h29 e terminará às 21h53, mas não será visível em Portugal, nem em nenhum outro país da Europa – pode ser observado no sul do Pacífico, na Nova Zelândia e na Antártida.