Num relatório hoje divulgado, a agência especializada da ONU recordou que a queda do antigo dirigente sírio representou uma "mudança radical na situação política e humanitária na Síria e na região", já que cerca de 5,5 milhões de refugiados sírios que vivem na Turquia, no Líbano, na Jordânia, no Iraque e no Egito expressaram a esperança de regressar às suas casas.
Na sequência deste ponto de viragem na Síria, que se encontra agora no meio de um processo de transição liderado pelo Presidente interino, Ahmed al-Sharaa, o ACNUR realizou um "Inquérito sobre a perceção e as intenções dos refugiados", para conhecer os objetivos da população síria refugiada nos países do Médio Oriente.
De acordo com os resultados do inquérito - realizado com uma amostra aleatória de 3368 refugiados sírios no Líbano, na Jordânia, no Iraque e no Egito -, mais de um quarto dos refugiados "tenciona regressar para reconstruir as suas vidas nos próximos 12 meses".
Além disso, mais de metade dos restantes inquiridos pretendem voltar para a Síria nos próximos cinco anos, e "a grande maioria dos refugiados sírios espera regressar um dia à Síria", segundo o inquérito, que identifica o acesso à habitação e a destruição como os principais obstáculos ao retorno.
O derrube do regime de Assad pôs fim à guerra civil que eclodiu na Síria em 2011, quando se desencadearam revoltas populares em massa contra o Governo, e que transformou o país no cenário de uma das piores catástrofes humanitárias do planeta.
Perante esta situação, as novas autoridades sírias pediram o apoio da comunidade internacional para ajudar a reanimar vários setores económicos na Síria e facilitar a reconstrução e a recuperação do país árabe.
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