A madrugada foi marcada por ataques intensos de Israel nos subúrbios do sul do Líbano, reduto do Hezbollah, que só pararam ao nascer do sol. Centenas de famílias fugiram de casa a meio da noite e procuraram refúgio nas ruas de Beirute e junto ao mar.

O cenário é descrito pelos correspondentes da agência Francesa AFP, que dizem ter visto famílias inteiras sentadas no chão durante toda a noite, após um aviso de evacuação emitido por Israel na sexta-feira para vários bairros. A alguns quilómetros, deslocados arrastavam sacos ou trouxas. Na rede X, Zeina Khodr, correspondente da Al-Jazeera na capital do Líbano, falou mesmo numa "crise de deslocação em massa" após os ataques.

Nesta manhã de sábado, vários edifícios ainda ardiam e o céu estava coberto por espessas nuvens de fumo. O canal de televisão al-Manar, próximo do movimento islamita armado Hezbollah, difundiu esta manhã vídeos que mostram edifícios de vários andares arrasados.

O número de mortos e a extensão dos danos causados por estes intensos ataques noturnos, os mais violentos desde 2006, ainda não são conhecidos. O Ministério da Saúde libanês apresentou um balanço provisório de seis mortos e 91 feridos, que se espera que venha a aumentar. Anunciou que estava a retirar os doentes dos hospitais dos subúrbios do sul para outros estabelecimentos "não afetados pela agressão israelita".

Num post na rede social X, as Forças de Defesa de Israel anunciaram a morte do comandante da unidade de mísseis no sul do Líbano do Hezbollah, Muhammed Ali Ismail, por jatos da Força Aérea. “E vários terroristas foram eliminados com eles”, avançam.O exército israelita garante estar a visar edifícios residenciais que alegadamente albergam depósitos de armas do Hezbollah.

No seguimento dos bombardeamentos, o Ministério da Saúde do Líbano anunciou este sábado que os hospitais dos subúrbios sul de Beirute vão ser evacuados, pedindo aos restantes hospitais em áreas não afetadas que rejeitem casos não-urgentes, “por forma a criar espaço para receber doentes deslocados das unidades encerradas”.