Este inverno, a China está a registar um pico de casos do metapneumovírus humano, sobretudo entre crianças. O HMPV (MPVh em português), em conjunto com surtos de gripe A e covid-19, está a deixar os hospitais chineses sobrelotados.

É já uma das quatro infeções virais mais comuns entre os doentes que recorrem aos hospitais na China e a taxa de incidência está a crescer entre os mais novos - sobretudo nas faixas etárias até aos 14 anos.

Descoberto em 2001, é responsável, nos Estados Unidos, por cerca de 20.000 internamentos todos os anos de crianças com menos de cinco anos.

“O HMPV é especialmente preocupante no primeiro ano de vida. Isto também se aplica ao vírus sincicial respiratório e à gripe”, explica Andrew Easton, professor de virologia da Universidade de Warwick, no Reino Unido, à plataforma Live Science .

Quais são os sintomas do HMPV?

Da mesma família do vírus sincicial respiratório, o metapneumovírus humano provoca sintomas como tosse, febre, nariz entupido e falta de ar e a sua duração é semelhante à de outras infeções respiratórias. Em casos mais graves, pode evoluir para bronquite ou pneumonia.

O professor de virologia Andrew Easton explica que o risco do HMPV “não mudou nos últimos 25 anos”. No entanto, o especialista salienta que mudanças na incidência ou padrão da infeção devem ser motivo de “preocupação”.

“Devemos estudar se houve uma mudança no comportamento das pessoas que levou ao aumento da exposição [ao vírus] ou se é uma mudança do próprio vírus”, defende.

O virologista acrescenta que mutações ou alterações genéticas do vírus são, no entanto, improváveis.

É motivo para preocupação?

Em 2023, dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge a que a CNN Portugal teve acesso mostravam um “aumento considerável” do número de casos de infeção pelo HMPV em Portugal.

No entanto, na altura, os especialistas diziam não haver motivo para alarme. Até porque o aumento de casos registados podia justificar-se com o aumento da testagem e vigilância dos vírus respiratórios.

“Isto não é nada novo. (...) Não creio que haja motivo para alarme, é algo que está identificado”, explicou à CNN o pediatra Manuel Ferreira de Magalhães.

Como devo proteger-me?

“O HMPV propaga-se como o vírus da gripe ou a covid-19. Por isso, devemos proteger-nos da mesma maneira”, explica o virologista Andrew Easton.

Em casos de infeção respiratória, a Direção-Geral da Saúde recomenda o reforço das medidas “básicas de prevenção e controlo”, como o uso de máscara, a lavagem frequente das mãos, adoção da etiqueta respiratória - tapar o nariz e a boca ao tossir ou espirrar - e manter os espaços ventilados.