
A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar, esta quinta-feira, buscas na Câmara Municipal de Oeiras por suspeitas de corrupção ativa e passiva,informação confirmada à SIC.
Em causa estarão contratos celebrados entre o Município de Oeiras e a empresa Municípia, que presta serviços técnicos na área da cartografia e dos sistemas de informação, da qual a autarquia é acionista e cujo diretor-geral é da sociedade é António Fernandes.
Ao que a SIC apurou, a investigação procura seguir o rasto de várias transferências bancárias suspeitas de milhões de euros nos últimos anos. Algumas terão ido parar à conta de um empresário moçambicano.
A investigação acredita que terão sido usados fundos públicos de forma indevida em benefício de terceiros, através de ajustes diretos e contratos de prestação de serviços.
A Câmara liderada por Isaltino Morais "está a prestar toda a colaboração necessária", avança a própria à SI
“Aquilo que a PJ está a fazer já a Câmara fez”, diz Isaltino
Ouvido ao início da tarde pelos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal negou qualquer envolvimento da autarquia, que, assegura, mantém uma posição de “de total transparência”.
“O que a Polícia Judiciária está a fazer, a Câmara Municipal já fez”, afirma Isaltino Morais.
Além da autarquia, as buscas decorrem também em residências particulares.
Podem estar em causa alegados crimes de participação económica em negócio e abuso de poder.
Em comunicado, a Polícia Judiciária adianta que realizou, esta manhã, "duas operações policiais, para cumprimento de mandados de busca nas Câmaras Municipais de Oeiras e de Grândola e em empresas do setor turístico, no âmbito de investigação a eventuais crimes de prevaricação, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas".