O procurador-geral da República, Amadeu Guerra, disse esta quinta-feira que cabe ao Ministério Público (MP) apurar se Odair Moniz tinha uma arma no momento em que foi baleado pela PSP na Cova da Moura (Amadora).

Em declarações aos jornalistas à margem da conferência "Construção da Democracia e Justiça Constitucional", na Academia de Ciências de Lisboa, Amadeu Guerra afirmou não conhecer ainda a indiciação que levou à constituição como arguido do agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) que baleou o cidadão de 43 anos após uma perseguição policial desde o bairro do Zambujal (Alfragide) até à Cova da Moura."Isso vai ser apurado no inquérito, não me quero adiantar mais nessa situação.

O Ministério Público é que vai ter de verificar se havia arma ou não havia arma", respondeu o PGR, ao ser questionado sobre se Odair Moniz tinha uma arma branca no momento em que o polícia acaba por efetuar os disparos.

Amadeu Guerra condenou os tumultos registados nas últimas duas noites em diversas zonas da área metropolitana de Lisboa e manifestou receio de que os desacatos possam continuar a alastrar.

O PGR frisou ainda que o MP aguarda as participações criminais da PSP, das pessoas lesadas e das autarquias relativamente aos danos provocados em viaturas, autocarros e mobiliário urbano para abrir inquéritos.

13 suspeitos e 18 identificados nas últimas 24 horas

Só nas útlimas 24 horas, a PSP deteve 13 suspeitos, quatro dos quais pela prática de crimes de roubo, quatro por ofensa à integridade física qualificada, três por posse de engenhos explosivos e armas proibidas, um por tentativa de fogo posto e outro por acionamento de extintor e dano contra viatura da PSP.

Foram ainda, de acordo com o balanço mais recente da PSP, “registadas 45 ocorrências de incêndio em mobiliário urbano (maioritariamente caixotes do lixo) na Área Metropolitana de Lisboa, nos concelhos de Almada, Amadora, Barreiro, Lisboa, Loures, Oeiras, Seixal e Sintra. Foram ainda identificados 18 suspeitos por motivos diversos”.

A PSP reforça que “repudia e não tolerará os atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade, grupos esses que integram uma minoria e que não representam a restante população portuguesa que apenas deseja e quer viver em paz e tranquilidade”.