A Polícia Judiciária (PJ) deve, esta quarta-feira, três pessoas e realizou várias buscas domiciliárias e não domiciliárias em 10 locais, entre os quais a TAP, no âmbito da Operação Voo Cego.

Ao que a SIC apurou, entre os detidos estão dois empresários e um funcionário da TAP.

Em comunicado, a PJ revela que as buscas aconteceram nas regiões de Lisboa, Margem Sul, Alentejo, Algarve e interior do país, “tendo sido detidos três suspeitos dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal qualificada”:

“Em causa estão suspeitas de fornecimento de peças e componentes aeronáuticos a companhias de transporte aéreo e às respetivas unidades de manutenção, acompanhados de documentação de certificação que se suspeita ter sido forjada”, refere a PJ. Componentes que não cumprem com os requisitos exigidos pelos fabricantes.

Os detidos vão agora ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.

Alerta da Agência Europeia para a Segurança da Aviação feito em 2023

O caso surgiu em 2023 com o alerta da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) para a existência de documentação forjada nas peças vendidas por um fornecedor internacional, a AOG Technics.

Logo em dezembro de 2023, as autoridades britânicas detiveram o responsável pela empresa, um argentino de 35 anos. No mesmo ano, a TAP garantiu que, assim que foi informada, imobilizou os motores que tinham peças deste fornecedor e substituiu-as.

À SIC, a TAP rejeita fazer comentários sobre o processo em que foi denunciante, mas garante estar a colaborar com as autoridades.