Entre os ativos que vão ser alienados ao fundo de investimento incluem-se a Jeppesen, ForeFlight, AerData e OzRunways, segundo um comunicado divulgado pela fabricante norte-americana.

No entanto, a empresa garante que vai manter no seu portfólio os principais ativos digitais que utilizam dados específicos de aeronaves para fornecer serviços de manutenção, diagnóstico e reparação de frotas aos clientes comerciais e da área da defesa.

A venda deverá estar concluída até ao final deste ano, segundo a Boeing, estando ainda sujeita a aprovação dos reguladores.

"Esta transação é uma peça importante na estratégia em curso de nos focarmos nos negócios principais", começou por destacar o presidente executivo da Boeing, Kelly Ortberg, citado no mesmo comunicado.

Já o sócio-gerente da Thoma Bravo, Holden Spaht, referiu que têm "orgulho de investir numa plataforma tecnológica tão importante para a indústria aeroespacial e de defesa".

A área da Boeing Soluções Digitais de Aviação emprega, atualmente, cerca de 3.900 funcionários em todo o mundo e a fabricante garante que está a trabalhar com a Thoma Bravo "para ajudar a garantir uma transição o mais tranquila possível para os trabalhadores".

No final do ano passado, a gigante aeronáutica norte-americana anunciou medidas para preservar a sua tesouraria, incluindo planos para cortar cerca de 10% da força de trabalho mundial (171 mil funcionários em 2023, isto é, 17 mil empregos).

Além disso, anunciou que também estava a considerar vender as suas atividades no domínio aerospacial para reorientar a estratégia do grupo e reforçar a posição financeira que já se encontrava numa difícil situação desde a pandemia de covid-19 e foi agravada com o incidente num Boeing Max durante um voo da Alaska Airlines, em janeiro de 2024.

Desde então, a Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos aumentou o escrutínio da empresa que já tinha estado envolvida em dois acidentes - com o 737 MAX8 em 2018 e 2019 - que mataram 346 pessoas.

Em agosto do ano passado a NASA também decidiu que uma nave espacial da Boeing não era suficientemente segura para transportar dois astronautas da Estação Espacial Internacional para a Terra.

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