Um avião com 64 pessoas a bordo chocou contra um helicóptero militar na capital dos Estados Unidos, Washington D.C e os dois aparelhos caíram no rio Potomac. As autoridades confirmam pelo menos 19 mortos, cujos corpos já foram recuperados.
A companhia aérea American Airlines afirma, em comunicado, que o avião CRJ-700 da subsidiária regional PSA transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, depois de deslocar de Wichita, no estado de Kansas. Estaria a fazer um voo de treino.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que seguiam a bordo do helicóptero Sikorsky H-60 três militares e descreve o sucedido como um acidente.
A colisão aconteceu por volta das 21h00 (01:00 em Lisboa), quando o avião se aproximava do aeroporto de Washington, disse a Administração Federal de Aviação.
Água gelada diminui hipóteses de sobrevivência
O helicóptero já foi encontrado no rio, virado do avesso, enquanto o avião se despedaçou. Estão a ser encontrados várias partes da fuselagem na água.
"Uma operação de busca e salvamento envolvendo várias agências está em curso no rio Potomac", escreveu a polícia da capital norte-americana, na mesma rede social X. Há mais de 300 pessoas envolvidas nas buscas.
A secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, disse que as autoridades estão a mobilizar "todos os recursos disponíveis da Guarda Costeira dos EUA para os esforços de busca e salvamento" e sublinhou que estão a "acompanhar ativamente a situação" e preparados para apoiar o pessoal de emergência local.
As esperanças de encontrar sobreviventes são praticamente nulas. A temperatura da água no Potomac está entre 1 e 2 graus Celsius, e o rio contém gelo flutuante resultante da vaga de frio recente.
A água tão fria “retira rapidamente o calor do corpo, o que pode provocar um choque de água fria no primeiro minuto, perda de controlo muscular em 10 minutos ou hipotermia em 20 a 30 minutos”, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, citado pelo jornal Washington Post.
Trump questiona motivos do acidente
Na rede social Truth Social, Donald Trump lamenta a "noite terrível" e questiona o que pode motivado o acidente.
“O avião estava numa linha de aproximação perfeita e rotineira ao aeroporto. O helicóptero estava a dirigir-se diretamente para o avião durante um longo período de tempo. Era uma noite clara, as luzes do avião estavam acesas, porque é que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou? Porque é que a torre de controlo não disse ao helicóptero o que fazer em vez de lhe perguntar se tinha visto o avião? Esta é uma situação má que parece que devia ter sido evitada. NÃO É BOM!!!”, escreveu.
O diretor-executivo da companhia aérea American Airlines, Robert Isom, já se manifestou disponível para colaborar com as autoridades na investigação do acidente.
Passageiros do avião eram patinadores artísticos
A agência Reuters avança que a Patinagem Artística dos Estados Unidos, organismo que tutela este desporto país - confirmou em comunicado que vários membros da sua comunidade de patinadores estavam a bordo do voo 5342 da American Airlines.
“Estes atletas, treinadores e membros da família estavam a regressar a casa do Campo de Desenvolvimento Nacional realizado em conjunto com os Campeonatos de Patinagem Artística dos EUA em Wichita, Kansas. Estamos devastados por esta tragédia indescritível e guardamos as famílias das vítimas no nosso coração. Continuaremos a acompanhar a situação e divulgaremos mais informações assim que estiverem disponíveis", lê-se no comunicado.
Todos os suspensos
O aeroporto de Washington suspendeu todos os voos pelo menos até às 05:00 de sexta-feira (10:00 em Lisboa). "Todas as descolagens e aterragens (...) foram suspensas. O pessoal de emergência está a responder a um incidente aéreo na pista. O terminal permanece aberto", disse o aeroporto numa mensagem na rede social X.
Notícia em atualização