O artista plástico e arquiteto chinês Ai Weiwei foi impedido de entrar na Suíça por alegada falta de documentação necessária. O caso aconteceu, esta segunda-feira, quando viajava de Londres para Zurique.
"'Isto é a Suíça, não é Portugal'", foi uma das frases ditas a Ai Weiwei pelas autoridades suíças, quando este tentava entrar no país. Através das suas redes sociais, o artista chinês disse que ia ter que passar a noite num "banco com um cobertor" antes de ser deportado na manhã seguinte.
De acordo com as autoridades, em declarações à AFP, Ai Weiwei não foi autorizado a entrar no espaço Schengen devido à falta de documentação normalmente exigida. Acrescentam ainda que o artista chinês "nunca foi detido e esteve sempre autorizado a movimentar-se livremente".
Artista está exilado desde 2015 e escolheu Portugal para viver
Há vários anos que Ai Weiwei de 67 anos se decidiu mudar com o filho para a região de Montemor-o-Novo, no Alentejo.
"O Alentejo foi um sítio que escolhi. Por engano, mas escolhi-o", afirmou o artista à Agência Lusa no ano passado.
Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei tem desenvolvido o seu trabalho em instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e já expôs em instituições e bienais em todo o mundo.
O artista viveu fora da China durante 12 anos, nos Estados Unidos, na década de 80 do século passado, tendo regressado ao seu país natal durante 20 anos, mas está também exilado desde 2015.
Nome maior da arte nas últimas décadas chegou a fazer parte da equipa que concebeu o chamado estádio Ninho de Águia, em Pequim, mas tornou-se num forte crítico do regime chinês, em particular na sequência do terramoto que atingiu Sichuan, em 2008.
- Com Lusa