
"Os pareceres da Academia não têm caráter oficial", alertou a Academia num comunicado cujos pareceres não têm estatuto oficial, mas destinam-se a representar o consenso médico sobre um determinado assunto.
A instituição está particularmente preocupada com o aparecimento de uma nova variante, a NB.1.8.1, derivada da Omicron, a versão dominante do coronavírus durante vários anos.
Esta variante, potencialmente mais transmissível, deu origem a uma "grande repercussão epidémica na Ásia", afirma a Academia, citando Hong Kong, Taiwan e Singapura.
"A sua prevalência, ainda baixa, está a aumentar na América do Norte e em vários países europeus, o que sugere que é suscetível de se tornar dominante", prossegue, observando, no entanto, que não parece causar formas mais graves da doença.
Neste contexto, a Academia de Medicina considera que a vacinação das pessoas vulneráveis não é suficiente.
A pandemia de covid-19 custou milhões de vidas em todo o mundo.
Em França, segundo a Agência Nacional de Saúde Pública, 168.000 pessoas morreram entre 2020 e setembro de 2023, data em que a Organização Mundial de Saúde declarou o fim da emergência sanitária mundial.
Em Portugal quase quatro milhões de vacinas foram administradas na campanha outono-inverno 2024-2025, marcada por uma menor adesão à vacina da covid-19 e cobertura estável da gripe, sobretudo entre os mais idosos, revela hoje um relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o Relatório da Campanha de Vacinação Sazonal do outono-inverno 2024-2025, foram aplicadas 1.569.167 doses de vacinas contra a covid-19 e 2.405.445 doses de vacinas contra a gripe, 1.365.764 em regime de coadministração
"Logo na primeira semana de dezembro de 2024, 66,27% das pessoas com 65 ou mais anos de idade já tinham sido vacinadas, uma medida primária de resposta sazonal em saúde, que permitiu mitigar a habitual sobrecarga dos serviços de saúde durante o outono-inverno, reforçando a sua resiliência", salienta a DGS em comunicado.
"Em comparação com a campanha anterior, verifica-se uma redução generalizada da cobertura vacinal contra a covid-19 e a manutenção de valores semelhantes de cobertura vacinal contra a gripe, com um aumento na faixa etária dos 85 ou mais anos", salienta o relatório.
Em declarações à agência Lusa, a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, afirmou que era expectável a adesão à cobertura vacinal para a gripe a assinalou como "um ponto menos positivo" a redução da cobertura vacinal contra a Covid-19, apesar de já ser esperada.
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