
"Retomar as linhas que estavam traçadas" é o que Miguel Albuquerque garante com o programa do XVI Governo Regional e, por isso, não compreende a surpresa da oposição.
O presidente do Governo Regional lembra que "aquilo que foi a vontade dos madeirenses" ficou bem expresso nas eleições, "A vontade do Povo é soberana", sublinha Albuquerque que garante que o programa será para cumprir num mandato de quatro anos.
O presidente do GR não tem dúvidas de que o crescimento económico da região "é efectivo" e é fruto do trabalho dos madeirenses.
O PIB regional era, em 2015, de 4.130 milhões de euros e, este ano, será de 7.500 milhões.
Um crescimento económico que conduz a que se registe um "desemprego residual" e garante que esse é um caminho para continuar, acompanhado pela redução da dívida pública, "através de sucessivos superavist orçamentais".
Miguel Albuquerque, que discursou de improviso, lembra que o rácio da dívida regional é inferior ao nacional e à média europeia, estando abaixo dos 80% do PIB.
"Conseguimos um crescimento acima do nacional, o desemprego mais baixo e uma dívida muito inferior", sublinha.
Albuquerque também garante vai continuar a ser feita a "redução fiscal" e, no próximo orçamento, serão apresentadas reduções no IRS.
"O caminho é de redução fiscal, porque uma das formas principais de devolver riqueza às famílias e às empresas é através da redução fiscal", explica. Uma redução fiscal que não implicou diminuição da receita.
Albuquerque também considera fundamental a atenção que tem de ser dada ao novo regime da Zona Franca que está a ser negociado com a União Europeia e que diz estar no bom caminho.
A revisão da lei das finanças regionais é outra questão "fundamental", para corrigir injustiças, no que diz respeito às responsabilidades do Estado nas regiões autónomas e transferências do Fundo de Coesão que, protesta, não pode estra indexado ao PIB regional.
"Acelerar a diversificação da economia" é outro objectivo, embora Albuquerque rejeite as afirmações em relação ao turismo que continua a ser fundamental.
Em 2024 a Madeira teve quase 12 milhões de dormidas no turismo e o presidente do Governo reconhece a necessidade de regular acessos e diversificar a oferta de percursos. No entanto, rejeita visões de que a Madeira tenha excesso de turismo.
Os grandes objectivos incluem, também, a "autonomia digital" que está em curso.
É intenção do Governo continuar a "melhorar o sector da Educação" que apresenta resultados "fantásticos" e promete continuar a colaborar com a Universidade da Madeira e com agências de investigação.
"A revolução digital é a grande oportunidade da Madeira", garante.
Na habitação, uma prioridade do Governo, além dos investimentos já em curso, serão criados apoios, directos e indirectos e colaboração com as autarquias.
Mais lugares nos lares de idosos, cuidados continuados e apoios sociais, são outras garantias de Miguel Albuquerque.
Na Saúde, que "continua a ser prioridade", continua a haver o desafio de, num sistema público como é p regional, fixar os profissionais, com incentivos de carreira e de remuneração.
Para manter os objectivos na Saúde, têm de continuar os investimentos em tecnologia e manter o esforço, face aos aumentos dos custos, nomeadamente de medicamentos.
O novo hospital da Madeira e a unidade de saúde do Porto Santo são as duas grandes obras na Saúde e que ficarão concluídas neste mandato.
Cultura, acessibilidades, reabilitação do património e ambiente, foram outras referências, bem como o sector primário.
"Este governo vai interpretar de uma forma determinada aquela que foi a vontade do nosso povo", assegura. No entanto, garante que não haverá "arrogância ou soberba" do Governo.