A presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol afirmou, hoje, que a participação do município na Rede de Vilas e Cidades Resilientes e na Plataforma Nacional para a Redução do Risco de Catástrofes, tem sido muito benéfico. "A nossa participação neste esforço nacional tem-nos permitido crescer, aprender, fazer mais e melhor pela Ponta do Sol”, referiu Célia Pessegueiro.

A autarca falava no encerramento do 12.º Encontro Nacional de Cidades e Vilas Resilientes, na Ponta do Sol. Na ocisão, lembrou que o Serviço Municipal de Proteção Civil tem apenas três anos de existência, destacando a sua relevância para a coordenação da resposta a situações de emergência e para a prevenção dos riscos. Conta com uma equipa dedicada e uma abordagem integrada, vindo a reforçar a capacidade de resposta do concelho a múltiplas ocorrências, com foco particular na prevenção.

A prática desse serviço fez-se notar no combate ao incêndio de Agosto de 2024 e nas intervenções estruturais no sistema de drenagem do concelho. O incêndio de Agosto de 2024 foi descrito como “o desafio mais longo e humanamente exigente” enfrentado pelo concelho. A autarca salientou a capacidade de resposta demonstrada pelas equipas locais, nomeadamente os Bombeiros da Ribeira Brava e Ponta do Sol, em articulação com forças nacionais como a Força Especial de Proteção Civil, a GNR, os Sapadores Florestais e diversas corporações de bombeiros. "O esforço conjunto, aliado a um profundo conhecimento do território e a uma logística eficiente, permitiu uma atuação eficaz no terreno, onde a intervenção terrestre foi essencial e apoiada por meios aéreos, cuja eficácia se revelou determinante após anos de adiamentos e subutilização", aponta em nota à imprensa.

Quanto aos sistemas de drenagem, a presidente destacou o trabalho de prevenção realizado ao longo dos últimos anos no que respeita à resposta a chuvas intensas e enxurradas repentinas. O município tem vindo a investir na reabilitação e no alargamento de canais de escoamento, muitos dos quais tinham vindo a ser progressivamente estreitados ao longo das décadas. "Esta aposta tem permitido uma gestão mais eficaz das águas pluviais e a mitigação de riscos em áreas críticas, com alguns pontos do concelho já a dispensarem intervenções de emergência durante episódios de pluviosidade mais intensa — resultado direto de obras estruturais baseadas na experiência e observação dos últimos anos", assume.

Célia Pessegueiro alertou igualmente para os riscos associados ao crescimento do turismo e às práticas desinformadas por parte dos visitantes, nomeadamente nas zonas de montanha e levadas. “Arrisca-se demasiado para conseguir uma 'selfie' e, às vezes, infelizmente, paga-se com a própria vida”, afirmou, apelando a uma maior consciencialização e prevenção.

No encerramento do encontro, a Presidente saudou ainda os municípios de Machico e do Funchal, parceiros na co-organização do evento, destacando que “nenhum território é verdadeiramente resiliente se estiver isolado”. A cooperação intermunicipal e o trabalho em rede foram apontados como essenciais para enfrentar os desafios atuais e futuros da proteção civil.