
A coligação 'Confiança', que ocupa as cadeiras da oposição na vereação da Câmara Municipal do Funchal, critica, em comunicado, a "lógica meramente eleitoralista" da Câmara do Funchal no que toca à gestão do trânsito da cidade. O "caos" apontado originou, inclusive, o atraso da equipa liderada por Miguel Silva Gouveia para a reunião de Câmara desta quinta-feira.
"O encerramento simultâneo de várias vias estruturantes, como a Estrada Luso-brasileira no Alto da Pena, para a execução apressada de obras que não foram realizadas durante o resto do mandato, evidencia a total ausência de planeamento deste executivo municipal", podemos ler na nota enviada à imprensa. Por essa razão, dizem ser "inaceitável que estas intervenções estejam a ser feitas em pleno período lectivo, prejudicando o dia-a-dia de milhares de funchalenses, tudo por uma lógica meramente eleitoralista, que privilegia o calendário das urnas em detrimento do bem-estar da população", sustentam.
Mas as críticas não se ficam por aqui, sendo alargadas, também, ao Departamento de Ambiente da autarquia, após a "acção de verificação" consubstanciada numa visita realizada esta semana pelos vereadores da oposição. Pela constatação feita, falam num "clima de profundo descontentamento e desmotivação entre os trabalhadores".
A 'Confiança' diz mesmo ter verificado "diversas situações preocupantes que exigem resposta imediata por parte do executivo camarário".
Da lista de reclamações recebidas fazem parte a "fraca qualidade dos Equipamentos de Protecção Individual (EPI), que se deterioram após poucas semanas de utilização"; "as persistentes avarias nos sistemas hidráulicos e a existência de viaturas em serviço com falhas graves de segurança, nomeadamente pneus carecas, tendo já ocorrido o rebentamento de um pneu durante um circuito de recolha de resíduos"; a "falta de critérios objectivos na atribuição de horas extraordinárias e na designação de chefias, o que tem gerado um ambiente de trabalho injusto e desmotivador".
Mas as queixas não se ficam por aqui. Apontam o dedo, igualmente, ao "mau planeamento dos serviços, que conduz a situações perigosas, como circuitos de recolha a serem efectuados apenas por um trabalhador"; "as más condições das instalações sanitárias do departamento" e, por fim, o que consideram ser mais grave, "o clima de medo instaurado, com os trabalhadores a sentirem-se impedidos de expressar críticas ou denunciar publicamente o estado de degradação do serviço".
Perante estas críticas, diz a 'Confiança' que "estas situações revelam uma preocupante deriva na gestão municipal e um total desrespeito por quem diariamente assegura serviços essenciais à cidade do Funchal", prometendo continuar vigilante e "ao lado dos trabalhadores e dos munícipes".