Curiosamente, foi o maior risco – as doenças infeciosas – que acabou por influenciar o escalar de importância da cibersegurança, tudo isto através da implementação, nalguns casos à pressa e sem um planeamento adequado, do trabalho remoto e uma maior digitalização nos processos. Toda esta nova escala de interação entre o digital e a interação humana trouxeram novos riscos e um conjunto de ciberataques que se tornaram recorrentes, como o caso do phishing, ransomware, entre outros.

No caso de Portugal, não sendo atualmente um dos territórios mais afetados pelos hackers, é necessário, cada vez mais, que os sectores público e privado trabalhem em cooperação para atingir um fim comum: combater o cibercrime crescente e cada vez mais evoluído. Sem esta cooperação de sinergias, a luta por um mundo digital menos vulnerável a ataques, em que a informação e a base de dados das organizações e dos organismos públicos começam a ser cada vez mais valiosas para os cibercriminosos, será uma luta mais prolongada no tempo, com maior desgaste e um risco acrescido das consequências que cada ciberataque pode ter.

As ameaças não são limitadas geograficamente, são à escala global e transversais a todos os setores, sendo que os países menos desenvolvidos começam também a apostar e a depender da tecnologia e estão cada vez mais sujeitos a ataques. Estes países têm que começar a apostar também na cibersegurança, pois uma falha poderá afetar toda a cadeia de relação e fornecimento que têm com outros territórios mais desenvolvidos.

Daí ser importante também a partilha de informação sobre ataques, através da participação e partilha nas redes CSIRTs, o que deve ser uma ação promovida junto de entidades públicas e privadas. Seja um país, ou uma empresa, ninguém consegue proteger-se de forma isolada, pois para um membro da cadeia estar seguro é necessário que toda a cadeia esteja segura. Para uma empresa é importante cooperar com os seus fornecedores e parceiros para que todos consigam garantir um nível de segurança adequado, tal como num país é importante assegurar uma linha de proteção conjunta e fiável entre os diferentes territórios que se unem por uma causa comum.