
O presidente executivo do grupo de seguros Ageas, Luís Menezes, e a vice-presidente da Pluris Investment, Paula Paz Ferreira, foram os escolhidos para representarem o Estado, ocupando os lugares ainda vagos na administração da Fundação de Serralves.
A administração estava incompleta desde o início deste ano, altura em que a ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima foi nomeada em substituição de Ana Pinho, a anterior presidente da instituição cultural.
O comunicado, emitido pelo Ministério da Cultura, esta quarta-feira, responde às críticas de vários agentes do setor que criticavam a manutenção dos lugares vagos. No texto pode ler-se que “estas nomeações são feitas em período de gestão, a pedido expresso e urgente da presidente daquele conselho de administração, para garantir o regular funcionamento da fundação”.
Os escolhidos exercem atividade na área da economia. Além de ter sido juíza, Paula Paz Ferreira é vice-presidente do grupo que engloba empresas como a Media Capital (proprietária da TVI) e da empresa de cruzeiros fluviais Douro Azul. É também casada com Mário Ferreira, presidente da Pluris Investments.
Já Luís Menezes é o CEO do segundo maior grupo de seguros em atividade em Portugal, tendo desempenhado ainda anteriormente funções em empresas como a Unilab. Os dois novos administradores desempenharão as funções sem receberem remuneração para tal.
Isabel Pires de Lima transitou da vice-presidência da fundação para o cargo de liderança. A académica chegou a travar um diferendo com a atual ministra na Cultura, quando desempenhava as funções de responsável pelo setor, entre 2005 e 2008, no governo de José Sócrates, quando Dalila Rodrigues foi exonerada do cargo de diretora do Museu Nacional de Arte Antiga, alegadamente por discordar do modelo de gestão então em vigor nos museus nacionais.
A administração da Fundação de Serralves conta ainda com as presenças do patologista Manuel Sobrinho Simões, o colecionador Armando Cabral, os gestores Fernando Cunha Guedes, da Sogrape), Tomás Jervell, do grupo Nors, Luís Silva Santos, da Ascendi, e Maria do Carmo Oliveira, diretora da MCO Arte Contemporânea, além de ser administradora não executiva da Altri e da Ibersol.
Há uma semana, o “Observador” avançou que o primeiro-ministro havia chamado a si a a nomeação dos administradores em falta, citando fonte do próprio Ministério da Cultura. Até esta nomeação, os ministros da Cultura têm sido responsáveis pela escolha dos dois representantes do Estado na administração da Fundação de Serralves.