Uma centena de filmes estrangeiros e meia centena de nacionais, na maior parte dos casos com a presença dos respetivos realizadores. Eis o que os cinéfilos encontrarão entre 28 de fevereiro e 9 de março no Batalha Centro de Cinema, na cidade do Porto. Um festival que traz de volta a magia do cinema – fantástico, mas não só – com a projeção de obras de cinematografias menos conhecidas do grande público, produções independentes, etc. Ou seja, tudo aquilo que normalmente não passa (ou só o faz marginalmente) no circuito comercial.

Serão exibidos filmes vindos de 31 países, 24 dos quais em estreia mundial. Japão e Estados Unidos estarão presentes em força, cada um com dez fitas. Esta vasta produção reflete, como não podia deixar de ser, os medos, as angústias e as esperanças dos nossos tempos, abordando assuntos como o papel das mulheres, o assédio e a intimidação (aquilo a que, de forma parola, se costuma chamar bullying, como se não houvesse sinónimos à altura na língua portuguesa), os perigos e possibilidades da inteligência artificial, a manipulação política ou as crises ambientais.

O cartaz da edição deste ano do Fantasporto
O cartaz da edição deste ano do Fantasporto Expresso

Debates cinéfilos

Dando ao festival uma dimensão de debate e troca de ideias, o Fantasporto apresenta também os movie talks, ou seja, debates com a presença de realizadores, atores, críticos e, naturalmente, público. Simbolicamente, o festival passará na sessão de encerramento (e de anúncio dos prémios, no sábado, 8 de março) uma reflexão irónica sobre o próprio cinema, o filme norte-americano “Stealing Pulp Fiction” de Danny Turkiewicz. O mote da conversa: o que sucederia se dois fãs tentassem roubar as gravações e montagens do filme realizado por Quentin Tarantino?

Numa base diária irei relatando até dia 8 de março o que passar no Batalha, cinema em boa hora renascido e devolvido à cidade.