Com antiguidade atestada pelos muitos vestígios arqueológicos, Aljezur é território habitado desde os tempos pré-históricos, mas que permanece um Algarve longe das multidões. É nesta região, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina que acaba de ser inaugurado o Vale Palheiro - Earth Resort, a funcionar por estes dias em soft opening.

Resort construído em taipa

Com enquadramento idílico, serpenteado por uma ribeira, fica situado num extenso vale, numa das áreas protegidas mais preservadas do país, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Mais de 90 hectares de extensão integram, de forma harmoniosa, unidades de alojamento que são “o testemunho da paixão e visão” do casal Rutkowski e, mais do que isso, “um sonho de família concretizado”.

O projeto geral foi desenvolvido por um especialista em construção em taipa. Já o design de interiores resulta de uma parceria entra Madalena Rutkowski e com a Arkstudio, fundada por Margarida Matias. Todos os materiais foram meticulosamente selecionados para as 13 villas (€490) que compõem o projeto agora inaugurado, explicam.

Para os proprietários, é “um profundo abraço à construção em taipa”, material à base de barro e cascalho, cujas evidências remontam ao Neolítico. Este método ancestral da construção tradicional é completamente adaptado ao clima local e muito eficiente do ponto de vista ecológico uma vez que a reciclagem é integral. “O que veio da terra a ela poderá, no final, regressar”, assim como acontece com a maioria dos materiais utilizados na construção de Vale Palheiro - Earth Resort.

Tributo à autenticidade

Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur
Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur Rodrigo Simões Cardoso

Desde o xisto da região como material natural para os muros, o barro cozido em forma de telha para as coberturas, tendo sido utilizadas telhas antigas de edifícios em ruínas, a madeira para as estruturas das coberturas e em carpintarias, a cal aplicada na pintura das fachadas, o barro aplicado nas paredes interiores, todo um conjunto de materiais e técnicas que valorizam a construção tradicional portuguesa e o que tem de mais genuíno. Para manter esta linha de atuação foram precisos tempo e perseverança por parte do casal empreendedor porque só a construção do terraço demorou mais de seis meses.

O Vale Palheiro – Earth Resort constitui um tributo à autenticidade e à natureza. A paleta de cores é dominada pelos tons terra, que enfatizam a conexão ao solo e fazem eco a todo o material natural e orgânico do vale e da Costa Vicentina. O mobiliário é feito de madeira artesanal e os têxteis e cerâmicas produzidos localmente. “Cada peça conta a história de uma herança regional que foi aqui preservada e reproduzida”.

“Casitas” com nomes de ervas do campo perfumadas

Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur
Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur Expresso

Das 13 villas do novo Vale Palheiro – Earth Resort constam as “Casitas” Jasmim, Lavanda e Alecrim, vilas com dimensão generosa, localização estratégica na encosta e tetos abobadados erguidos por gentes da terra, assim como lareiras em ferro negro, um jogo cromático pensado por contraponto à cal branca. Jasmim e Lavanda oferecem terraços privados com vista sobre o vale, a ribeira e a piscina. Noutra proposta de pernoita, a Suíte Ribeira, nascida onde outrora se encontrava o celeiro da propriedade, destacam-se a ampla banheira central, disposta num nível superior, e o alpendre de madeira com vista sobre a piscina e as grandes árvores que contornam a ribeira.

As Villas Taipa assumem-se como o primeiro manifesto à construção em terra crua, fio condutor entre a memória do passado e a nova vida do vale. Com elevados tetos em madeira, onde a luz do sol é difundida pelo branco imaculado da cal nas paredes e em que a zona social se organiza em redor da lareira e é enquadrada pelo terraço exterior com vista sobre o vale. Referência ainda para as Villas Lyra, todas com terraços privados e panorâmicas sobre o vale.

No que às Villas Vicentinas diz respeito, cujas paredes pontuam desde há muito este vale que se estende até às margens do Atlântico e que permanecem referência na memória dos habitantes de Aljezur, merece nota especial a Vicentina III. Aberta sobre três frentes do vale, encontra-se rodeada por um terraço exterior com alpendre, dispõe de uma ampla área privada complementar e de uma pequena piscina em forma de tanque.

Piscina de água salgada

Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur
Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur Rodrigo Simões Cardoso

As refeições do Vale Palheiro – Earth Resort acontecem no restaurante The Barn (O Celeiro). Aberto a passantes, tem pensada uma ementa que varia consoante a sazonalidade e sobretudo dedicada aos produtos locais. Disponibiliza um serviço de petiscos ao longo de todo o dia que que casa com a lista de cocktails próprios.

A piscina é de água salgada e na propriedade há animais, entre cabras, galinhas e ovelhas. Para caminhar existem diversas possibilidades de percursos no Vale Palheiro, estão disponíveis bicicletas e, em breve, chegam os cavalos para ocupar os estábulos já prontos.

Quanto a outras formas de bem-estar, além da harmonia com a natureza, entregue-se às massagens ao ar livre e relaxe por entre os relevos da paisagem. O Wellness Ribeira propõe vários tratamentos para rejuvenescer corpo e mente.

Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur
Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur Expresso

Madalena e Pedro Rutkowski iniciaram uma vertente de agroturismo no projeto. Já produzem o próprio mel, que servem nas propostas da carta do restaurante The Barn, têm uma pequena horta e já plantaram as tradicionais batatas doces de Aljezur.

Apenas 4 km separam o alojamento das praias do Monte Clérigo e da Amoreira e a pouco mais a praia da Arrifana, mas é irresistível o apelo do novo Vale Palheiro - Earth Resort(Rua Vale Palheiro, Aljezur. Tel. 933979043), refúgio, lugar de tranquilidade e imersão na natureza longe do ruído e do corrupio, idealizado por dois viajantes do mundo.

Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur
Vale Palheiro – Earth Resort, em Alezur Rodrigo Simões Cardoso

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