
A Organização de Utentes do Estuário do Tejo lançou este domingo um novo apelo à população, exortando os utentes a não se resignarem perante o que classificam como uma “avalanche de medidas e acontecimentos negativos” nas unidades de saúde da região. O movimento denuncia o agravamento da situação nos serviços públicos de saúde e reclama medidas urgentes para travar o que considera ser um retrocesso grave na qualidade e no acesso aos cuidados médicos.
Em julho de 2024, uma delegação da Organização de Utentes entregou no Gabinete do Primeiro-Ministro uma moção e um abaixo-assinado com milhares de assinaturas de cidadãos da região, denunciando as carências nas unidades de saúde e propondo soluções concretas. Na altura, foram recebidos pela assessora Eugénia Gamboa, que transmitiu a promessa de que, até julho de 2025, a situação teria melhorias significativas. Um ano depois, o movimento afirma que a realidade mudou, sim, mas para pior.
Entre os problemas apontados estão o aumento do número de utentes sem médico de família, a persistente falta de profissionais de saúde, o estado degradado de muitas instalações e o condicionamento do atendimento presencial e de urgência. Ainda que reconheçam algumas melhorias, como a reposição parcial de médicos na USF de Vialonga e a contratação pontual de profissionais, as Organizações de Utentes sublinham que estas medidas são insuficientes. Defendem que só uma mobilização coordenada entre utentes e autarcas, com base nos princípios da Constituição e da Lei de Bases do Serviço Nacional de Saúde, poderá devolver dignidade e eficácia a este serviço público essencial.