
A Universidade de Évora recebe esta semana o XXV Encontro da Rede de Estudos Ambientais de Países de Língua Portuguesa (REALP) e o I Encontro Internacional do Projeto de Consórcio ERASMUS AMIGO.
Uma onda de debates e palestras que têm como tema principal as “Pessoas e a Natureza: Investigação em Sustentabilidade”.
Jovens devem ter mais voz na vida pública
Na sessão de abertura, os discursos foram pautados pelo futuro, nomeadamente a representatividade dos jovens e as alterações climáticas.
Em relação ao primeiro tema, a Reitora da instituição, Hermínia Vilar, aos jornalistas, destacou que devem ser mais ouvidos e mais presentes na vida pública: «Eles são o futuro e é importante perceber quais são as suas preocupações, os anseios».
Mesmo sendo um «desafio muito grande», vincou que «devemos trazê-los para o diálogo e para espaços mais informais, que se calhar não temos os suficientes para que isso seja uma verdade».
«Não só é importante que os jovens tenham representatividade, mas também multiplicar os espaços informais onde eles possam participar», acrescentou.
Alterações climáticas exigem resposta política e científica
Já relativamente às alterações climáticas, Hermínia Vilar sublinhou que «é preciso que os responsáveis ouçam os cientistas e que não desvalorizem», uma vez que «infelizmente, às vezes, o discurso político parece desvalorizar o impacto das alterações climáticas».
«Ainda vamos a tempo e temos de ir a tempo. É a obrigação que haja um mundo para o futuro», complementou.
Importância da REALP para a Universidade de Évora
A Reitora considerou também a REALP como «muito importante» para a universidade, porque «reúne instituições do ensino superior, não só nos países de língua portuguesa».
«É um espaço absolutamente primordial que temos de, não só manter, mas sobretudo de consolidar e alargar», referiu, dizendo ainda que «há alguns anos que estamos em São Tomé, o que tem sido para nós uma oportunidade única de colaboração e de aprendizagem».
Desta forma, realçou que «é muito importante estar em países de expressão portuguesa, mas fora do território português», até porque «muitos dos desafios que enfrentamos são comuns e em parceria será mais fácil, partilhando a investigação».
Parceria com São Tomé e Príncipe
Presente na sessão de abertura esteve a Ministra da Educação, Cultura e Ciência de São Tomé e Príncipe, Isabel Viegas D’Abreu, que realçou a parceria com a Universidade de Évora: «Através da instituição, já conseguimos formar 600 quadros de São Tomé e Príncipe».
Já em relação aos debates, a governante vincou que são «importantes» e até «já colhi muitos contributos para integrar no meu trabalho do dia-a-dia».
«Falou-se da agenda 2030. Fala-se muito mesmo sobre as novas tecnologias, mas não se pensou no digital e nem tão pouco na inteligência artificial. De repente, antes de chegarmos a 2030, aparece a inteligência artificial, com assuntos e temas muito elucidativos, com propostas que nos põem entre a espada e parede», atirou a ministra.
De seguida, fique com a reportagem fotográfica da sessão inaugural.