Seia aldeias do concelho de Arganil foram evacuadas devido ao incêndio que começou esta madrugada no Piódão e que já se alastrou à freguesia de Pomares.

egundo fonte da GNR de Coimbra, as aldeias de Porto Silvado, Chãs d’Égua, Foz d’Égua, Fajoeira, Sobral Gordo e Sobral Magro foram evacuadas. Algumas das pessoas, nomeadamente crianças, idosos e pessoas com mobilidade condicionada foram encaminhadas para Mourísia e Nossa Senhora das Preces.

Várias estradas estão interditas. Por questões de segurança, a GNR está a aconselhar as populações que vivem nas aldeias que estão na linha de fogo a abandonarem as casas e a procurarem locais seguros.

De acordo com a Proteção Civil, no combate às chamas estão 560 operacionais, apoiados por 170 viaturas e 7 meios aéreos. 

Na sequência desta situação, o Município de Arganil ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.

Autarcas dizem que incêndio foi provocado por “trovoada seca” 

Uma trovoada seca estará na origem do incêndio florestal que deflagrou na madrugada de hoje no município de Arganil, freguesia de Piódão.

De acordo com Luís Paulo Costa, presidente da autarquia de Arganil, na origem das chamas estará “uma descarga de trovoada seca” que com o forte vento que se fez sentir, originou diversas projeções de fogo. O autarca afirma que o incêndio está “descontrolado” e com “várias frentes ativas”. De acordo com Luís Paulo Costa, “há algumas aldeias ameaçadas”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da junta de freguesia do Piódão, José Lopes, explicou que o incêndio começou na encosta acima da aldeia histórica, por volta das 05:00 de hoje, com origem numa descarga elétrica da trovoada e que o alerta foi dado por um vigilante de uma unidade hoteleira.

“Eu estava a dormir, eram 10 minutos para as cinco da manhã, ouvi um grande estrondo, estava muito calor, até estava com a janela semiaberta, fui à janela e não vi nada. Deitei-me, novamente, e passados cinco ou dez minutos, um vigilante que estava no Inatel [unidade hoteleira localizada na encosta oposta à aldeia] ligou a dizer que acima do Piódão estava a deflagrar um incêndio”, contou o autarca.

O presidente da Junta de Freguesia e outros elementos do executivo e funcionários dirigiram-se, em seguida, para o largo da aldeia: “entretanto os bombeiros começaram a chegar e tem-se feito aquilo que se pode”, notou.

Segundo José Lopes, no caso concreto do Piódão há meios dos bombeiros dentro da aldeia e em zonas circundantes, e, de acordo com o estipulado no programa Aldeias Seguras, “por causa das cinzas e do fumo, algumas pessoas estão abrigadas na igreja matriz”.

“Aqui há uns anos [no incêndio de outubro de 2017] foi complicado os bombeiros chegarem cá e ficámos à nossa mercê. Mas, desta vez, eles ainda conseguiram penetrar dentro da aldeia antes de o incêndio ficar mais bravo”, observou o autarca.

No total, José Lopes contabilizou cerca de uma dezena de viaturas dos bombeiros distribuídas entre a praça principal da aldeia e zonas mais altas da povoação, bem como junto à unidade turística do Inatel.

Também o presidente da Junta de Freguesia de Pomares, Amândio Dinis, frisou que as chamas começaram no Piódão “com uma faísca da trovoada” e estenderam-se ao território da freguesia, estando a evoluir, potenciadas pelo vento forte, em zona de montanha, com vertentes escarpadas e vales fundos, onde existem diversas aldeias.

Com: LUSA