
Entre os dias 2 e 8 de junho de 2025, a cotação dos borregos no Alentejo apresentou variações significativas consoante as categorias de peso, de acordo com a mais recente análise do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA). Os dados revelam uma conjuntura marcada por flutuações nos preços e por quebras acentuadas nas exportações, com reflexos na atividade pecuária da região.
No caso dos ovinos, os borregos com peso entre 13 e 21 kg registaram subidas de preço em Évora, Beja e Estremoz, com acréscimos que variaram entre os 28 e os 49 cêntimos por quilo. Esta valorização está associada a uma procura relativamente animada, influenciada em parte pela exportação, nomeadamente para Israel. Por outro lado, os borregos de 22 a 28 kg viram os seus preços cair em todas as seis áreas de mercado do Alentejo, com descidas entre os 10 e os 33 cêntimos por quilo. Já os animais com mais de 28 kg registaram comportamentos díspares: subiram no Alentejo Litoral (+10 cêntimos/kg), mas caíram até 50 cêntimos por quilo nas restantes zonas.
Quanto à oferta, esta foi média em Beja, Elvas, Estremoz e no Alentejo Litoral, relativamente abundante em Évora e fraca no Alentejo Norte. A procura manteve-se estável ou animada em quase todas as áreas, refletindo alguma resiliência do mercado regional.
No segmento dos caprinos, os preços dos cabritos com menos de 10 kg mantiveram-se estáveis no Alentejo, tanto no Alentejo Norte como em Estremoz. A oferta foi relativamente fraca no Alentejo Norte e média em Estremoz, enquanto a procura variou entre média e relativamente animada. Não se verificaram alterações nas cotações, sinalizando estabilidade neste subsetor.
Apesar da relativa estabilidade de preços, os dados do comércio internacional evidenciam uma quebra acentuada nas exportações de ovinos e caprinos no primeiro quadrimestre de 2025. Em comparação com o mesmo período de 2024, as exportações totais de ovinos caíram 30,3% em tonelagem, e as de caprinos desceram 42,5%. Em particular, a exportação de borregos com menos de 10 kg recuou 46,1%, enquanto a de cabritos caiu 53,3%.
Estes dados indicam um cenário de ajustamento e incerteza para os produtores alentejanos, num contexto de volatilidade nos preços e retração das saídas para o mercado externo. A influência da procura internacional, em especial a exportação para países como Israel, continua a desempenhar um papel determinante na formação dos preços e no escoamento da produção.