O Projeto do Complexo e Centro Interpretativo das Minas do Pintor, em Nogueira do Cravo, visa requalificar o local onde, em tempos, funcionou um complexo mineiro de exploração de arsénio. As obras vão ter duas fases: a primeira é uma remediação ambiental, no valor de 7 milhões de euros; e a segunda corresponde à implementação turística e cultural, com um investimento adicional de cerca de 3 milhões.

As obras da primeira fase do projeto devem arrancar já este ano, conforme adiantou o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis. “Temos uma extração mineira que é um passivo ambiental e é fundamental que seja recuperado. Vai haver uma intervenção muito forte ao nível dos lençóis freáticos e do tratamento do material que nunca foi tratado ao longo de todos estes anos”, explicou Joaquim Jorge, na apresentação do projeto, realizada na passada sexta-feira, 18 de julho, na Junta de Freguesia de Nogueira do Cravo.
O autarca socialista adiantou também que as obras de remediação ambiental vão ser levadas a cabo por uma empresa de desenvolvimento mineiro e vão representar uma intervenção “significativa” que vai “afetar muito” as vidas dos oliveirenses. Só depois desta fase estar concluída é que se pode dar início à segunda, que tem um prazo de execução de cerca de dois anos, devendo estar concluída durante o próximo mandato autárquico, conforme adiantou o arquiteto José António Lopes, da Adquadratum, empresa que ganhou o concurso de ideias lançado pela Câmara Municipal, no ano passado, para a criação do Centro Interpretativo das Minas do Pintor.
Com o objetivo de edificar no local uma espécie de “centro comunitário”, o arquiteto deu conta de que a equipa tentou cingir a intervenção no espaço ao estritamente necessário. “[Quisemos] fazer um projeto que não fosse intrusivo ou danoso do valor patrimonial, mas sim valorizá-lo e [demonstrar] que o local tem uma identidade”, sustentou. José António Lopes detalhou os planos para a criação de um centro interpretativo, um centro histórico/documental, a reposição da torre como um elemento icónico e simbólico do local, uma cafetaria, espaços de recreio e lazer, um anfiteatro e uma praça central.
Para Gaspar Almeida, presidente da União de Freguesias de Nogueira do Cravo e Pindelo, este projeto representa mais do que uma obra física. “É o resgate da nossa história e uma homenagem àqueles que aqui trabalharam. O projeto resulta de um processo participado e pensado que tem como objetivo transformar este espaço num ponto de encontro intergeracional, com valências culturais, ambientais e turísticas, sem nunca desvirtuar a sua alma e valor patrimonial”,
