Portugal enfrenta uma das ondas de calor mais mortais dos últimos anos. Só na última semana, entre 22 e 28 de julho, registaram-se 264 mortes em excesso, segundo os dados oficiais do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). O número representa um aumento de 21,2% face à mortalidade prevista, revelando o impacto direto das altas temperaturas na saúde pública.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) aponta que a maioria das vítimas tinha mais de 75 anos, com os óbitos concentrados na região Norte. As autoridades reforçam o alerta para os riscos que as temperaturas extremas representam, sobretudo para a população mais envelhecida e vulnerável.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que o calor não vai dar tréguas. Os próximos dias serão marcados por um agravamento das condições meteorológicas, com os termómetros a ultrapassarem os 40 °C em várias zonas do país. A conjugação de calor intenso, noites tropicais e baixa humidade representa uma ameaça séria à saúde, especialmente para quem vive isolado ou em habitações sem condições adequadas.

Com estes dados em cima da mesa, os especialistas alertam para a importância de reforçar os cuidados preventivos, como hidratar-se com frequência, evitar a exposição direta ao sol entre as 11h e as 17h, e estar atento aos sinais de desidratação ou exaustão térmica.

Num país cada vez mais exposto aos efeitos das alterações climáticas, este aumento repentino de mortes deve ser lido como um sinal claro da urgência de respostas mais robustas, tanto ao nível das políticas públicas como da preparação das comunidades locais.