A Câmara de Oliveira do Hospital inicia, na próxima segunda-feira, 25 de agosto, um périplo pelas localidades do sul do concelho para avaliar as condições de segurança, saúde e bem-estar da população, no âmbito da Estratégia de Intervenção na Comunidade, implementada na sequência dos incêndios que deflagraram na passada semana.

A Estratégia de Intervenção na Comunidade, desenvolvida pela Câmara Municipal, em colaboração com as juntas e uniões de freguesia das localidades afetadas, a ULS – Unidade Local de Saúde e a Segurança Social de Coimbra, assenta em três pilares fundamentais: Pessoas, Segurança e Prejuízos, refere hoje em nota a edilidade.

Depois do incêndio que deflagrou em Oliveira do Hospital entre os dias 13 e 18 de agosto, e que afetou as localidades de Aldeia das Dez, Alvôco das Várzeas, Avô, Lourosa, Nogueira do Cravo, Penalva de Alva, Santo António do Alva, São Sebastião da Feira, Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira, o presidente da Câmara considera que “é necessário colocar já os serviços no terreno, próximos das pessoas afetadas”.

José Francisco Rolo sublinha que a intervenção imediata passará por uma atenção especial à dimensão social e humana, frisando que “neste momento preocupa-nos a saúde e o bem-estar da população. Queremos começar pelo lado humano, pelas pessoas e as suas necessidades”.

O grupo de trabalho a percorrer o terreno é composto por elementos representantes da ULS e da Segurança Social de Coimbra, técnicos da Proteção Civil Municipal, uma equipa multidisciplinar do GASS – Gabinete de Ação Social e Saúde, da DIOM – Divisão de Infraestruturas e Obras Municipais e EMDE – Equipa Multidisciplinar de Desenvolvimento Económico e Social e por responsáveis do Município.

“É importante verificar os locais afetados, a segurança, a saúde e o bem-estar da população das aldeias atingidas por este incêndio, que teve um grande impacto nos locais afetados e na vida da população daquelas localidades.

“Numa primeira análise feita ainda no decorrer do incêndio, verificámos que os prejuízos diretos dizem respeito à perda de cinco habitações, nas localidades de Aldeia das Dez, Avô e Vila Pouca da Beira, em estruturas de alojamento de animais e no domínio da agricultura e da pecuária, onde estão a ser já assegurados alimentos para animais.”

A metodologia de trabalho a implementar pela Câmara Municipal, em articulação com a CCDR Centro e de acordo com os documentos técnicos remetidos à autarquia, e que serão objeto de acompanhamento e apoio técnico por parte daquele organismo, explica Francisco Rolo, “pretende garantir a saúde e o bem-estar das pessoas e a segurança do espaço público e apoio para os prejuízos confirmados”.

Através da criação de gabinetes de apoio nas localidades afetadas, a funcionar em dias definidos, “a intenção é efetuar um primeiro levantamento técnico no território das várias situações, falar com as pessoas e obter, assim, uma noção mais efetiva das necessidades, para depois se trabalhar mais profundamente.”

A verificação da segurança dos espaços e contabilização dos danos e prejuízos vai ter em conta, entre outros, a avaliação de ruínas, muros em risco de queda, aluimento de terras e possível eminência de derrocadas, e a verificação das vias públicas, mobiliário urbano e da sinalização, num trabalho a realizar por técnicos da Câmara Municipal dos gabinetes de Proteção Civil, DIOM e EMDE.

Já a intervenção direta ao nível da saúde e do bem-estar da população visa o levantamento de dados e prejuízos, bem como a identificação de vulnerabilidades sociais, num trabalho a realizar por técnicas do Radar Social do GASS e do EMDE.

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A equipa da Estratégia de Intervenção na Comunidade inicia os trabalhos na próxima segunda-feira, 25 de agosto, na freguesia de Aldeia das Dez. Entre as 09h30 e as 12h30 estarão em Gramaça, no espaço da Comissão de Melhoramentos, e em Avelar, na Liga dos Amigos. Durante a tarde, entre as 14h00 e as 16h30, os atendimentos decorrem em Chão Sobral, na União Progressiva, e na Junta de Freguesia de Aldeia das Dez.

Na terça-feira, entre as 09h30 e as 12h30, realizam-se atendimentos à população afetada da freguesia de Avô, no espaço da Junta de Freguesia. Durante a tarde, entre as 14h00 e as 16h30, serão recebidos os lesados de Alvôco das Várzeas, na respetiva Junta de Freguesia.

Na quarta-feira, entre as 09h30 e as 12h30, os atendimentos decorrem na União de Freguesias de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira. Das 14h00 às 16h30, nos espaços da Junta de Freguesia, em Santa Ovaia e em Vila Pouca da Beira.

Na quinta-feira, os atendimentos prosseguem em Carvalha, na Comissão de Melhoramentos, e em Formarigo, no espaço Os Amigos de Formarigo, das 09h30 às 10h30. Das 11h00 às 12h00, realizam-se nos lugares de Moita, na Associação Recreativa, Cultural e Social, e em Merujais, na Associação de Cultura e Recreio.

Das 14h00 às 15h15, são realizados atendimentos em Santo António do Alva, na Associação Progressiva, em São Sebastião da Feira, na Junta de Freguesia, das 14h00 às 16h30, e em Caldas de São Paulo, das 15h30 às 16h30.

Na sexta-feira, das 09h30 às 12h30, realizam-se atendimentos aos cidadãos afetados pelo incêndio na freguesia de Lourosa, no espaço da Junta de Freguesia. Durante a tarde, entre as 14h30 e as 16h00, os atendimentos terão lugar na Junta de Freguesia de Nogueira do Cravo.

Com esta iniciativa, esclarece o presidente da Câmara Municipal, “a intenção é que seja possível fazer um primeiro levantamento, por forma a poder ter presença, estar com pessoas e ter-se uma noção mais geral das necessidades”.

Francisco Rolo adianta ainda que foram identificadas situações de perigo mais emergentes, tendo já sido realizados trabalhos de promoção da segurança de pessoas e bens, “como o caso de uma demolição de emergência em Aldeia das Dez, que já foi, entretanto, resolvida pela Junta de Freguesia”.

O incêndio que afetou Oliveira do Hospital teve origem em Piódão, no concelho de Arganil, e alastrou à parte sul do território, com entrada pela localidade de Gramaça, ao final da manhã de 13 de agosto. A avaliação realizada pela Câmara Municipal estima que a área ardida ronda os cinco mil hectares, o que corresponde a cerca de 18 por cento do concelho.

José Francisco Rolo afirma que “estamos empenhados e determinados a tudo para resolver todos os problemas” e reitera a postura “aberta ao diálogo e a toda a cooperação possível” por parte da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital.