O primeiro-ministro Luís Montenegro acompanhou esta manhã, em Lisboa, um briefing na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, ao lado da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, para avaliar a situação dos incêndios florestais que afetam o norte e centro do país.

No final da reunião, Montenegro apelou à confiança nas forças de socorro e destacou que mais de 90% das ignições têm sido controladas no ataque inicial, graças ao empenho dos bombeiros, forças de segurança, autarcas e proteção civil. O governante enalteceu ainda a atitude das populações, que classificou de “heroicas”, pela solidariedade demonstrada em dias de grande sofrimento.

Apesar das críticas de autarcas e cidadãos sobre a alegada falta de meios, Montenegro garantiu que Portugal tem o maior dispositivo de sempre em ação, mas sublinhou que os recursos “não são ilimitados” e que o sucesso na primeira intervenção continua a ser determinante para libertar equipas para os fogos de maior dimensão.

Questionado sobre o acionamento do mecanismo europeu de proteção civil, o primeiro-ministro explicou que a decisão obedece a critérios técnicos e de solidariedade internacional, garantindo que a avaliação será feita no final da crise. “Este é um combate de todos. Estamos em guerra contra os incêndios e temos de vencer essa guerra”, reforçou.

Montenegro foi ainda confrontado com declarações feitas em 2022, quando criticou o então Governo sobre a confiança nos bombeiros. Agora, respondeu que as suas palavras devem ser analisadas no contexto da altura, após os incêndios de 2017, e assegurou que hoje a sua posição é clara: “Confio plenamente nos bombeiros e em todas as forças de socorro”.

O chefe do Governo frisou que a prioridade imediata é o combate às chamas, mas adiantou que já são preparados mecanismos para restabelecer a normalidade nas zonas mais afetadas.