
A iniciativa “Dois Dedos de Ideias”, promovida pela Assembleia Municipal da Golegã, decorreu na noite de quarta-feira, 2 de julho, no cineteatro Elisa Alves Bonacho, e que juntou autarcas, empresários e população para um debate sobre o futuro coletivo da Golegã.
À semelhança de outros territórios mais interiores, a captação de população, especialmente nas faixas mais jovens, tem sido uma das grandes adversidades da Golegã e um dos grandes objetivos de António Camilo, presidente da Câmara goleganense, é inverter esta tendência, explicou ao NS, num breve resumo que fez do que se debateu naquele fórum.
O autarca explicou que já está prevista a criação de mais fogos habitacionais para aumentar as vagas de habitação no concelho, através da construção de 52 habitações sociais e de arrendamento a custo controlado. Será também lançado, em breve, um pacote de benefícios fiscais para empreiteiros que queiram construir mais fogos habitacionais para arrendamento acessível.
“Já não existem as cooperativas habitacionais e temos que depender dos construtores civis, e a Câmara tem que fazer este papel de incentivar à construção”, vinca António Camilo.
A redução dos impostos é também um dos fatores que o autarca considera essencial para fixar mais pessoas no concelho, apontando a uma descida do IMI e do IRS nos próximos dois anos, fixando-os na taxa mínima possível. Durante o fórum, António Camilo demarcou uma opinião forte em relação a quem mantém as casas vazias um ano inteiro e aluga-as apenas durante a Feira Nacional do Cavalo, em que se pede valores exorbitantes que chegam a atingir os milhares de euros por uma semana de aluguer. O autarca considera que deve haver penalizações para quem toma esta opção e “deixa a casa vazia o ano inteiro para ganhar o dinheiro todo só naquela semana”, como o aumento do IMI para a taxa máxima.
A melhoria dos transportes é também algo que António Camilo aponta como essencial e vê na criação da nova empresa intermunicipal de transportes um aliado chave para o fazer.
“Há pessoas que não têm casa na Golegã mas que trabalham cá, nas grandes superfícies e na indústria”, vinca o edil, afirmando que é preciso alargar e reforçar os horários e rotas dos transportes de forma a que sirvam também esta fatia da população que trabalha por turnos e entra e sai do trabalho fora dos horários convencionais.
“Temos que ter uma ação facilitadora para as pessoas se as queremos manter”, concluiu o autarca.