A Iniciativa Liberal Seixal acusa a Câmara Municipal de falta de «coerência, transparência e sentido de responsabilidade das decisões políticas tomadas no município» no caso do investimento privado de saúde no concelho.

No comunicado enviado ao Diário do Distrito, a IL Seixal expressa «publicamente a sua preocupação com a forma como a Câmara Municipal do Seixal tem gerido os projetos privados de investimento em saúde no concelho, nomeadamente os da CUF e da Luz Saúde» e frisa que «a que a saúde dos seixalenses não pode ser refém de preconceitos ideológicos nem de jogos partidários».

Em causa está a notícia publicada no dia 31 de Julho no jornal Observador, sobre a opção da CUF de instalar a sua nova unidade hospitalar no Barreiro, depois de não ter conseguido obter as devidas autorizações pelo município do Seixal.

«Segundo noticia do Observador, a autarquia do Seixal comporta-se como um bloqueador a fixação e criação de oferta privada em Saúde.

O recuo da CUF, que optou por instalar o seu hospital no Barreiro após anos de entraves por parte da autarquia do Seixal, levanta sérias dúvidas. É inaceitável que, numa região com carências graves ao nível dos cuidados de saúde, se estejam a bloquear soluções com potencial real de aliviar a pressão sobre o SNS, criar emprego e dinamizar a economia local.»

Assim, a IL Seixal «exige esclarecimentos públicos da CM Seixal sobre os bloqueios à CUF e à Luz Saúde; a transparência total sobre os critérios de decisão e uma estratégia de saúde local que integre todos os meios — públicos e privados — ao serviço dos cidadãos».

Na mesma nota, a IL Seixal deixa uma lista de questões que «exige ver respondidas pela Câmara Municipal do Seixal como: com base em que critérios técnicos e legais foi o projeto da CUF inviabilizado?; A decisão foi fundamentada em pareceres técnicos independentes ou meramente em opções políticas?; Existe alguma diferença de tratamento entre os projetos da CUF e da Luz Saúde? Se sim, com que justificação?; A aplicação diferenciada de critérios entre promotores levanta sérias preocupações sobre a equidade e imparcialidade do processo.»

A IL Seixal pretende ainda saber se a Câmara «está disponível para divulgar todos os pareceres, decisões e trocas de correspondência com os promotores» considerando que «a transparência exige que os munícipes tenham acesso à fundamentação concreta destas decisões» e se o município considerou o impacto na «criação de centenas de postos de trabalho diretos e indiretos».